A partir de início do próximo ano, a Guarda vai deixar de ter camiões estacionados nas principais artérias ou na periferia da cidade. O projeto de regulamento de funcionamento do parque de estacionamento de veículos pesados da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) está em discussão pública durante 30 dias. As obras estão quase prontas e estima-se que todos os trâmites legais fiquem concluídos, o mais tardar, até final de janeiro. A partir daí, os motoristas que não cumprirem o novo regulamento de trânsito, que também está em discussão pública, sujeitam-se a ser sancionados.
Os dois pontos foram aprovados por unanimidade na reunião do executivo da Câmara da Guarda realizada na última segunda-feira. Na ausência do presidente do município devido a motivos familiares, o vice-presidente da autarquia salientou que o parque TIR da PLIE vem dar resposta à «necessidade» de retirar os camiões das ruas. «A quantidade de veículos pesados espalhados pela cidade não favorece em nada o peso que consideramos que a Guarda deve ter em termos de atrair mais gente», afirmou Carlos Chaves Monteiro, para quem o projeto de regulamento em discussão pública «não é um documento acabado». O autarca sustenta que «a partir do momento em que o município cria condições para que os veículos pesados possam estacionar num local apropriado não faz sentido» que os empresários deste setor não usufruam «de um espaço que está disponível, com todas as condições de apoio e assistência».
De acordo com o vice-presidente, a obra estará concluída «o mais tardar no final de janeiro», daí que «a partir do momento que o regulamento estiver aprovado e publicitado, depois de ser aprovado em Assembleia Municipal, qualquer cidadão está sujeito ao regulamento e para não ser sancionado com estacionamento ilegal terá que tomar a opção de estacionar onde há condições para isso». Os vereadores do PS votaram a favor dos dois pontos com José Igreja a dizer que «parece-nos bem que haja o maior número possível de veículos pesados fora da cidade colocados numa zona onde possam chegar e partir com o máximo de segurança e de facilidade». O eleito da oposição acrescentou que
«quanto menos camiões estiverem estacionados dentro da cidade melhor para os habitantes da Guarda e para a estética da urbe».
Já o seu colega Joaquim Carreira não deixou de lamentar que o projeto do parque TIR contemple apenas «um pequeno edifício de apoio que mais não é do que um posto de vigia, de guarda e de controlo de acesso e saída» do parque e não integre uma «sala que desse apoio não só aos camionistas, mas também a quem quer investir na PLIE» e que seria viável por «mais 20 ou 30 mil euros». Na resposta a este reparo, o vice-presidente sustentou que, «de acordo com as necessidades que o município reconheceu e com os meios que tem ao seu alcance, foi esta a resposta que considerou adequada ao problema». Contudo, Carlos Chaves Monteiro admitiu que «poderemos fazer muito mais e vamos fazer mais ainda», tendo lembrado que a intervenção vem responder às «necessidades essenciais e elementares» do sector e que vai dar «resposta a um problema que não é de há um ano, mas de há 20 ou 15 anos».
O parque TIR da PLIE dispõe de 137 lugares para estacionamento, dos quais 95 se destinam a pesados, 15 para veículos pesados de transporte de frio e 27 para ligeiros de apoio aos motoristas. Para além dos lugares de estacionamento, a empreitada, orçada em 144 mil euros mais IVA, contempla ainda a colocação de vedação em todo o perímetro do parque, a criação de espaços edificados para permanência de funcionários de segurança, balneários e instalações sanitárias para motoristas e uma área para refeitório, entre outras intervenções. O novo parque TIR, que terá segurança durante 24 horas, ficará também dotado com um sistema de videovigilância.
Ricardo Cordeiro 
