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Câmara da Guarda constrói sede da Comissão Vitivinícola

E remodela antigos Paços do Concelho, na Praça Velha, para acolher sede da Comunidade Intermunicipal após 2017. Duas empreitadas que vão custar mais de 700 mil euros

A Câmara da Guarda revogou a cedência dos antigos Paços do Concelho, na Praça Velha, à Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). O imóvel vai ser remodelado para acolher a sede da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) e um espaço de venda de produtos regionais. Em contrapartida, a CVRBI mudar-se-á para o “Quintal Medroso”, onde terá novas instalações. Estas duas obras vão custar à autarquia mais de 700 mil euros, comparticipados em 85 por cento por fundos comunitários.

A deliberação foi aprovada por maioria, com a abstenção dos dois vereadores do PS, para quem a deslocalização da Comissão Vitivinícola e da CIM implica «um gasto considerável e uma despesa desnecessária, uma vez que as duas instituições estavam instaladas e tinham condições para funcionar», justificou Joaquim Carreira. Dizendo discordar deste «ato de gestão» da maioria PSD/CDS, o socialista receia também que o jardim do Solar Teles de Vasconcelos – mais conhecido por “Quintal Medroso” – deixe de ter «usufruto público» após a instalação da CVRBI. Álvaro Amaro lamentou a abstenção da oposição e sublinhou que esta opção permite «recuperar o “Quintal Medroso”, que nos envergonha, os antigos Paços do Concelho e com isto garantimos a continuidade da CVRBI e da CIM na Guarda depois de 2017». Além disso, «com esta decisão damos vida à praça», acrescentou o autarca.

O presidente esclareceu ainda que a Comissão Vitivinícola não tem financiamento para a recuperação do edifício, mas terá que fazer obras até 50 mil euros no jardim do Solar Teles de Vasconcelos – que continuará «a ser de todos», afirmou – antes da construção da nova sede. «Esperamos que as obras estejam concluídas daqui a um ou dois anos», referiu. A explicação não convenceu Joaquim Carreira, para quem o executivo «comporta-se como se não houvesse amanhã. Espero que o corte de fundos comunitários não aconteça porque terá efeitos desastrosos para algumas Câmaras».

Na sessão da passada sexta-feira, o executivo aprovou a adjudicação à empresa João Tomé Saraiva da requalificação do Jardim José de Lemos por 359.670 euros, mais IVA. A empreitada faz parte dos trabalhos de requalificação urbana do eixo central da cidade e deverá arrancar em setembro. A propósito deste tema, Álvaro Amaro adiantou que o futuro jardim «deve ter um ou dois quiosques», mas que, se se optar por esta última solução, «o quiosque mais antigo poderá mudar de sítio e terá que ser diferente. Tal como está não pode continuar num jardim requalificado». Um aviso ouvido pelo proprietário, presente nesta sessão aberta ao público.

Luis Martins Antiga Câmara vai acolher CIM Beiras e Serra da Estrela depois de ter sido cedida à CVRBI

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