Arquivo

Câmara da Guarda compra campo do Mileu

Executivo decidiu ainda não alterar as tarifas de água, saneamento e resíduos em 2016 e aprovou projeto de regulamento dos apoios para a fixação de novas empresas no concelho

O campo de futebol do Mileu Guarda Sport Clube terá sido comprado ontem pelo município. O terreno tinha sido colocado à venda por dívidas do clube ao fisco, mas até agora não tinham aparecido compradores. No leilão realizado no portal das Finanças, o preço base do negócio era de 0,01 euros e, se tudo correu como previsto, a Câmara terá feito uma proposta «até 50 mil euros», antecipou Álvaro Amaro no final da reunião do executivo de segunda-feira em que a deliberação de aquisição foi aprovada por unanimidade.

Conforme O INTERIOR noticiou, o clube da Póvoa do Mileu, bairro da cidade, foi executado pelo fisco há mais de 15 anos, quando a equipa principal disputou o Nacional da IIIª Divisão e nunca declarou os ordenados dos jogadores. Atualmente a dívida ascende a 116.937 euros e para a liquidar as Finanças colocaram o campo de futebol à venda, inicialmente por 274.570 euros, mas os dois leilões realizados ficaram desertos. Na semana passada, como divulgou O INTERIOR, tinha sido lançada uma campanha para ajudar o Mileu a comprar campo penhorado pelas Finanças. Foi por esses dias que a direção do clube, que milita atualmente na IIª Distrital, soube da intenção da Câmara. «Com esta decisão queremos evitar que património desportivo fique sem poder ser utilizado. Por isso, a compra do campo é um bem para a Guarda e para a prática desportiva», disse o presidente da autarquia.

Álvaro Amaro adiantou que o Mileu vai gerir o equipamento – avaliado em 50 mil euros pelos serviços técnicos da Câmara – até ao final desta época, em abril, e depois o campo passará para a posse do município. «A partir daí, todos os clubes estarão em pé de igualdade na sua utilização», acrescentou o autarca, revelando que atualmente «a procura por campos de futebol é superior à oferta de espaços disponíveis». O vereador socialista Joaquim Carreira disse entender «a ajuda da Câmara porque o clube não pode licitar», mas considerou que «a melhor opção» teria sido «alguém comprar e doar campo ao clube, pois este equipamento vai trazer encargos». Nesta sessão, o executivo aprovou ainda a manutenção das tarifas da água, saneamento e resíduos para 2016, bem como a proposta de prorrogação do prazo de liquidação das empresas municipais Culturguarda e Guarda, Cidade Desporto por mais seis meses. A justificação apresentada é que os concursos de recrutamento de pessoal para assegurar as funções daquelas empresas ainda não estão concluídos.

A Câmara aprovou também o projeto de regulamento dos apoios para a fixação de novas empresas no concelho, que vão do apoio logístico na busca de espaços e instalações à simplificação de processos de licenciamento, passando pela resolução dos problemas burocráticos. Os potenciais investidores poderão beneficiar também de benefícios tributários, de natureza fiscal (com exceção do IMI e IMT) e de taxas municipais. «Em contrapartida, o que se pede aos empreendedores é que se fixem no nosso concelho por períodos de tempo que justifiquem os apoios que recebem, gerando riqueza e criando postos de trabalho», disse Álvaro Amaro. O regulamento vai ser submetido a apreciação pública, fase em que já se encontra o concurso de empreendedorismo “Guarda Forte” com vista à criação de novas empresas e de iniciativas empreendedoras a desenvolver no concelho. O vencedor terá direito a um prémio monetário de 2.500 euros, serviço de incubação gratuita durante 12 meses, consultadoria e apoio técnico e 75 horas de formação.

Luis Martins Compra de campo do Mileu «é um bem para a Guarda», considera Álvaro Amaro

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Comprar o espaço e dá-lo novamente ao Mileu seria correr o risco de voltar ao mesmo e as Finanças engordarem à conta dos deslizes dos gestores do clube. Nada em nosso nome e tudo em nome do Estado. Este campo poderia passar a ser património da Câmara e está salvaguardado das mãos dos salteadores. O mesmo iria acontecer ao antigo Hotel Turismo. A Câmara está mesmo empenhada em recuperar património e colocá-lo ao serviço dos guardenses. Temos de segurar estes empreendimentos, pois do poder central nada esperamos a não ser que nos carreguem de impostos.
 

Sobre o autor

Leave a Reply