Para 2005, a Câmara da Covilhã irá canalizar 97,7 milhões de euros no Orçamento e Plano de Actividades para dar continuidade às obras e investimentos desencadeados no ano passado. «Apresentamos um orçamento dentro dos valores do ano passado [em 2004 foi de 126 milhões de euros], o que significa que as obras executadas têm sequência em 2005», explicou Carlos Pinto. Sinal de que, apesar dos «constrangimentos financeiros» que se têm sentido no país, a Covilhã irá «manter o ritmo de crescimento e desenvolvimento» que tem marcado os dois mandatos da maioria, sublinhou.
Dos investimentos que pretende desenvolver em 2005, o presidente da Câmara destaca o prolongamento da Rua da Saudade à Ponte e Rotunda do Rato, a construção de um jardim-de-infância junto ao futuro Jardim do Lago e as obras de requalificação urbana dos seis contratos-programas homologados no Dia da Cidade pelo ministro José Luís Arnaut para requalificar o Largo do Mercado do Teixoso, os arrumentos do Canhoso, a área envolvente à Ponte Cantar Galo, a zona confinante da cadeia da Covilhã, o Parque de Festas e Feiras do Tortosendo (Parque S. Miguel) e o Bairro das Manchedes no Tortosendo. Apesar de estarem dependentes de fundos comunitários, as acessibilidades voltam a merecer importância em 2005, sendo que as prioridades irão para as ligações Pereiro-S. Jorge da Beira, Teixoso-Verdelhos, Ponte Pedrinha-Peraboa e ainda as variantes ao Dominguiso e a Vales do Rio. Uma das «apostas» da maioria laranja em ano de eleições autárquicas são as Juntas de Freguesia, que têm neste Plano de Actividades a «maior transferência» de verbas de todo o actual mandato para «protocolos e obras», sublinha o edil.
Apesar de se verificar um decréscimo de 5,8 milhões de euros em relação ao ano transacto, Miguel Nascimento considera que o orçamento proposto pela maioriaPSD «não é exequível» e «está longe de ser um exercício real», uma vez que é suportado em 49,4 por cento na alienação de património. «Já em 2004 tinha dito que não era plausível falar em crescimento das receitas de capital com base na venda de património, quando em comparação com anos transactos esta rubrica apresentava consecutivos desfasamentos», alerta, duvidando do crescimento de receitas de 12,9 milhões de euros anunciado para 2005. Para o vereador socialista, que se absteve na votação, os aumentos de 15,2 por cento dos encargos da dívida do município (de 2,9 milhões de euros para 3,3 milhões de euros) estão já a «afectar a capacidade de investimento», pois constata um aumento de 1,4 milhões de euros em relação às despesas correntes e uma redução de 7,2 milhões de euros nas despesas de capital. Situação que pode agravar-se face à eventualidade dos encargos com a dívida camarária ascender a 3,8 milhões de euros perante a impossibilidade de alteração da taxa de juro. Facto que se comprova ainda, exemplifica Miguel Nascimento, com a diminuição da taxa de execução, como confirmou o relatório das contas de gerência de 2003, onde a mesma se situava em apenas 36,9 por cento.
Liliana Correia