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Câmara altera recolha de lixo no centro histórico

Contentores vão regressar à zona antiga da Guarda para evitar os sacos de resíduos na rua

O sistema de recolha de lixo em vigor no centro histórico está desadequado e não funciona. «É visível e notório», reconhece Lurdes Saavedra, vereadora com o pelouro do Ambiente na Câmara da Guarda, que anunciou, na última reunião do executivo, o regresso dos contentores para breve. Em perspectiva está a instalação de 17 contentores e três “ilhas” de resíduos noutros tantos locais já identificados.

Actualmente, moradores e comerciantes devem colocar, a horas específicas, os sacos de lixo na rua, que são posteriormente recolhidos por um mini-veículo eléctrico três vezes ao dia. Mas esta solução não vingou e agrada cada vez menos ao Condomínio Comercial da Zona Histórica, cujos dirigentes marcaram presença na reunião. «Este sistema não resolve o problema do lixo nas ruas, pois muitos de nós já não temos a certeza a que horas passa o carro, ou mesmo se passa. E o que fica para trás dá uma péssima imagem do nosso centro histórico», criticou José Borges, presidente daquele organismo. Lurdes Saavedra concordou que algo está mal, mas repartiu a culpa pelos residentes e donos de restaurantes da zona, que «continuam a depositar o lixo fora das horas normais de recolha», apontou. Dizendo que a Câmara quer ver o centro histórico «limpo, bonito e visitável», a vereadora considera então que para esconder os resíduos da vista dos turistas o melhor é arranjar outro sistema «mais adequado aos comportamentos». Só que esta mudança ainda vai demorar, porque falta escolher o equipamento adequado.

A dúvida está entre os contentores enterrados, «que requerem um carro de recolha maior, o que não é viável nalguns locais», ou baldes metálicos com cerca de 250 litros de capacidade. Contudo, estes últimos terão bloqueadores anti-vandalismo. Lurdes Saavedra disse ainda que o actual regulamento de resíduos sólidos urbanos é antigo, tendo havido uma actualização que «nunca passou da proposta». No entanto, o executivo espera analisar e aprovar um novo regulamento dentro em breve para que seja ratificado na próxima Assembleia Municipal. «Não haverá tolerância quando entrar em vigor», avisa, desde já, sublinhando que está prevista a abertura dos sacos por elementos da brigada ambiental da PSP ou pelos fiscais da Câmara para identificar aqueles que deixam o lixo na via e não os colocam nos contentores. Na reunião soube-se também que a Rua 31 de Janeiro vai passar a ter parquímetros assim que a autarquia adquirir as duas máquinas necessárias. Por outro lado, o Condomínio aventou a possibilidade da feira de ano (S. João) se realizar desta vez no centro da cidade. «É a nossa intenção», respondeu a vereadora.

Sem dinheiro para estragos do mau tempo

O temporal registado em Novembro passado causou prejuízos de mais de 572 mil euros no concelho da Guarda. A Câmara divulgou, na semana passada, o balanço final dos danos registados em estradas, caminhos e equipamentos públicos em 41 freguesias rurais. O caso mais problemático verifica-se em Valhelhas, onde foram apurados estragos da ordem dos 108 mil euros. Segundo Joaquim Valente, a praia fluvial e parque de campismo ficaram «muito danificados» pela força das águas do Zêzere, cujo leito também não está em condições. «É um caso prioritário, porque são equipamentos de lazer importantes na região», acrescentou o autarca. Famalicão (mais de 70 mil euros) e Maçaínhas (cerca de 56 mil euros) são outras situações preocupantes. De resto, Joaquim Valente sublinhou que a autarquia não tem meios financeiros para resolver grande parte das intervenções identificadas, pelo que dará prioridade às estradas e às praias fluviais de Valhelhas e Aldeia Viçosa (Mondego).

«A abertura destes espaços no próximo Verão pode estar em risco se não agirmos depressa», admitiu, referindo que os muros de suporte e outros pequenos trabalhos vão ter que ficar para outra altura, «quando a Câmara tiver dinheiro». Joaquim Valente disse ainda estar esperançado em poder recorrer a um financiamento «que não conte para a nossa capacidade de endividamento» para efectuar os trabalhos. Adjudicado está o arranjo da estrada Aldeia Viçosa-Rapa, cuja obra estará neste momento no terreno, disse o presidente.

Luis Martins

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