O ciclo “Memória das Coisas – Objectos e Afectos” está de regresso em Novembro. A exposição retrospectiva sobre personagens e entidades que têm feito a história da Guarda e são já parte do seu património de afectos caminha para a décima segunda sessão que é dedicada aos Bombeiros Voluntários e à Rádio Altitude. Duas instituições da cidade retratadas através de alguns dos seus elementos iconográficos mais marcantes, distribuídos por quatro salas do Paço da Cultura onde muitas surpresas esperam os visitantes. A mostra é inaugurada amanhã ao fim da tarde e estará patente até dia 26, véspera do Dia da Cidade.
A evocação dos “soldados da paz”, cuja associação humanitária foi fundada em 1876, ocupa três salas onde o fumo, o cheiro a queimado e desenhos a carvão contextualizam o trabalho dos homenageados. Na primeira poderão encontrar-se objectos do espólio da corporação, uma secção dedicada ao socorrismo e uma galeria de fotografias de todos os comandantes que por ali passaram nos últimos 128 anos, onde sobressaem as figuras de Salvador do Nascimento e Joaquim Rodrigues Espigado. A segunda sala é ocupada com a reconstituição de um incêndio e a terceira está cheia de fumo, duas opções expositivas mantidas em segredo no Núcleo de Animação Cultural da Câmara da Guarda, que organiza a exposição. Quanto à Rádio Altitude, revela-se através da reconstituição das instalações da emissora mais antiga do país com um estúdio, a redacção e o arquivo. Três locais sagrados desconhecidos da maioria do grande público, provavelmente mais familiarizado com a pequena sala de espera. Fundada em 1948 por doentes do antigo Sanatório Sousa Martins para entreter os restantes internados, a rádio, hoje privada, continua no mesmo sítio e no mesmo edifício, na cerca do actual Parque da Saúde. Não faltarão também os primeiros discos, diverso material radiofónico, como um dos primeiros emissores, e quiçá a célebre moca que durante décadas marcou o sinal horário e se transformou mais tarde no ícone da estação, popularmente baptizada de “Rádio Mocas”. Oportunidade também para recordar o Sr. Ferreira, Emílio Aragonez, Pinheiro e outras “vozes” que por ali ressoaram. A exposição “Memórias das Coisas” surgiu em Junho de 2001 para dar a conhecer o património das freguesias do concelho. Em Novembro do ano seguinte passou a dedicar-se à cidade e aos seus afectos.