Os bombeiros da Guarda não dispõem de equipamento adequado para actuar em sinistros com substâncias perigosas. O alerta foi lançado, na semana passada, pelo comandante da corporação após um simulacro na escola da Sequeira.
«Acho que se estão a correr riscos excessivos, porque é impraticável ter esse material a três ou quatro horas de distância», afirmou Luís Santos, adiantando que já foi necessário recorrer «algumas vezes» às corporações de Coimbra e Santa Maria da Feira, onde existe esse equipamento. O responsável justifica esta necessidade com a proximidade das auto-estradas A25 e A23, mas também da linha ferroviária da Beira Alta, «as principais vias de escoamento das matérias perigosas geradas em Portugal», considerou. Segundo Luís Santos, os voluntários estão preparados em termos humanos, falta é o material. «Só temos um explosímetro, mas nem sequer é fiável por ser antigo. O problema é que esse aparelho novo custa mais de quatro mil euros», referiu, acrescentando que a corporação não tem capacidade financeira para o adquirir, bem como os fatos especiais e uma viatura. O comandante disse ainda que a corporação já deu conta dessa carência à Autoridade Nacional de Protecção Civil, mas que ainda não houve resposta.
«Se tivéssemos esse material poderíamos apoiar algumas zonas do distrito de Castelo Branco e Viseu, mas também a área fronteiriça, porque os espanhóis não estão melhores que nós neste campo», sustentou. Para Luís Santos, os bombeiros guardenses só pedem equipamento «que pode ser útil para a defesa das nossas populações». O simulacro decorreu na EB 2,3 da Sequeira, cujos alunos e docentes foram fechados nas salas por causa de uma nuvem de vapores corrosivos libertados num acidente com um camião cisterna na A25. Além dos bombeiros, participaram neste exercício a PSP e o Serviço Municipal de Protecção Civil.