Os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito da Guarda vão passar a ser acompanhados, no terreno, pelos técnicos de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). O Centro Distrital de Segurança Social (CDSS) protocolou, na semana passada, um investimento global de quase 800 mil euros com seis associações, cujos técnicos vão avaliar e apoiar 600 famílias carenciadas durante os próximos dois anos.
«Temos que decidir com certezas quando se trata de dinheiro públicos e, portanto, não basta parecer, é preciso estudar a família nas suas diferentes componentes para verificar se devem ou não beneficiar do RSI», adiantou o director do CDSS da Guarda. José Pires Veiga referiu que a missão destas «equipas multidisciplinares» – um psicólogo, um técnico de acção social e três ajudantes familiares – consiste em elaborar o diagnóstico da situação familiar e o Relatório Social de cada agregado, além de negociar e definir o seu Programa de Inserção, cuja execução deverão acompanhar posteriormente. De resto, a iniciativa permitiu criar 48 novos postos de trabalhos nas IPSS envolvidas e arranca em Agosto, com o início da formação dos técnicos. Com estes protocolos serão abrangidas, inicialmente, 600 famílias de Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Mêda, Pinhel, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. Até ao final do ano, o CDSS conta celebrar mais três acordos com duas instituições da Guarda e uma de Seia, que permitirão seguir cerca de 400 beneficiários. Em Manteigas e no Sabugal essa tarefa está a cargo dos técnicos da Segurança Social, uma vez que «o número de inscritos é residual», revelou o responsável.
«Estas pessoas têm que ser inseridas naquilo que, socialmente, nós definimos como normal, mas o objectivo é que deixem de necessitar do RSI, porque isto não é uma prestação para toda a vida, mas só enquanto se reconhecer essa necessidade», avisou Pires Veiga. Actualmente há no distrito da Guarda quase 3.500 beneficiários do RSI, com os quais o Governo gasta mais de 2,8 milhões de euros em prestações mensais. «São números estabilizados nos últimos dois anos», acrescentou, revelando que correspondem a mais de 500 famílias formadas, em média, por sete pessoas. «São famílias que já não são da sociedade de hoje», conclui o responsável. Em Junho, o valor médio processado por família no distrito foi de 196,05 euros, menos 26,85 euros que a média nacional, que é de 222,90 euros. Naquele mês, cada beneficiário recebeu, em média, 66,53 euros, quando o total nacional é de 83,54 euros. De acordo com dados do Instituto de Segurança Social, a Guarda foi o distrito com menos pedidos de RSI (304) no primeiro semestre deste ano.
As IPSS parceiras
São parceiras do Centro Distrital de Segurança Social a Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Aldeia de São Sebastião (que trabalhará nos concelhos de Almeida e Pinhel), a Associação Lageosense de Protecção à Infância (Celorico da Beira e Fornos), o Centro Social de Mata de Lobos (Figueira de Castelo Rodrigo), a Associação de Beneficência Popular de Gouveia (Gouveia), a Associação Cultural e Recreativa da Freguesia de Rio de Mel (Trancoso e Aguiar da Beira) e o Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão (Foz Côa e Mêda). Os próximos protocolos serão assinados com o NDS e a Cercig (ambos para a Guarda) e o Centro Social Quinta de Monterroso (Seia).
Luis Martins