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Audiofiili #15

Opinião – Ovo de Colombo

Para esta edição vamos primeiro visitar Kurt Vile. Kurt Vile é um artista que se deu a conhecer ao mundo de forma mais mediática em 2011, aquando do lançamento de “Smoke Ring For My Halo” – um álbum que mostrou uma atmosfera criada pela folk americana como se pensava nunca mais ser possível ouvir depois do falecimento de Johnny Cash.

Três álbuns volvidos, Kurt Vile lança agora “B’lieve i’m going down”, que é um álbum menos consistente e menos atmosférico mas que ganha muito em melodia. Exemplo disso é a fantástica “Pretty Pimpin”. Neste trabalho, a composição de Kurt Vile apresenta agora instrumentos como o piano que, neste caso específico, vem sobretudo ocupar o espaço do vazio de uma guitarra sozinha em estúdio com o seu amigo reverb a fazer o resto do trabalho. O resultado final é uma aproximação cada vez maior de Kurt ao estrelato de Cash, Dylan ou Nick Drake. Ainda há muito para caminhar mas o caminho já não parece muito sinuoso daqui para a frente.

Seguidamente passamos para uma senhora que esteve presente na primeira edição do Audiofiili, a enorme Julia Holter. Holter (na foto) apresenta hoje ao mundo “Have You In My Wilderness” que, tal como os seus álbuns anteriores, é uma obra-prima da melodia, da composição e da estética sonora. Após mais um álbum digno de toda a atenção, percebemos que o mundo não é justo com ela. Holter está ao nível de Newsom, Sufjan, PJ Harvey e tantos outros nomes grandiosos. Para degustação, aponta-se “Feel You”, “Sea Calls Me Home”, “Night Song”, “Everytime Boots”, “Betsy On The Roof” e “Have You In My Wilderness”.

João Gonçalves

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