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As mil faces de Luciano Amarelo

O artista natural do Marmeleiro divide-se atualmente entre o Porto e Paris

Luciano Amarelo, de 37 anos, começou por cantar na missa do Marmeleiro, onde viveu até se mudar para a Guarda aos 10 anos. O teatro levou-o depois para mais longe: «Passei os testes da Academia Contemporânea do Espetáculo e fui sozinho para o Porto com 15 anos», recorda o ator, que reside na cidade Invicta (e em Paris).

Aos 18 anos, foi um dos fundadores do Teatro Bruto, onde permaneceu 13 anos, estando também na génese do Projéc~ (do TMG) e da Corda Bamba. Estudou em vários países e fez workshops do teatro à dança, pelo que a polivalência mantém-se: é criador, intérprete, formador, diretor artístico e programador da Terra na Boca – Associação Cultural (Porto) e do Festival TRANSdisse: «A Terra na Boca surgiu em 2009 da vontade de abrir as artes a mais gente, criando novas pontes e contagiando diferentes áreas», explica Luciano Amarelo. Esses objetivos voltam a cruzar-se em «2014, o ano da Tribo», aludindo à “Tribo Circuit”, uma rede que visa promover e divulgar os aderentes. A televisão e o cinema não lhe são estranhos, mas a sua casa é o teatro, seja no palco, na rua ou em espaços mais intimistas.

A peça mais marcante foi “Butterfly Blues”, uma produção franco-belga que conquistou palcos (de 1999 a 2000) e venceu os prémios de crítica e público nas “Rencontres Charles Dullin” (Paris). «Interpretei e co-criei espetáculos de teatro, dança, performance e novo circo, tive pequenas participações em curtas-metragens e várias dobragens», adianta Luciano Amarelo, a voz de “Blu” na versão portuguesa do filme de animação “Rio”, cuja sequela está atualmente em cartaz. O “coração” deu-o à representação, onde em cada personagem «se perde a minha verdadeira identidade e se ganha a possibilidade de ser mais alguém. Gosto de criar, partilhar e respirar com o público», confessa.

Na Guarda destaca a importância do TMG, por onde já passou e graças ao qual «muito se viu e espero que continue para que, com tempo, o gosto pela cultura faça parte do quotidiano das pessoas». De resto, diz estar à espera de respostas para apresentações futuras de projetos seus e da Terra na Boca. Atividade profissional à parte, Luciano Amarelo também não conta desligar-se «da cidade cheia de F’s»: «Tenho família, amigos e colegas que me farão sempre voltar», garante.

Sara Quelhas O ator é a voz de “Blu” (Rio) na dobragem portuguesa

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