As árvores são a caça grossa ou as baleias do mundo vegetal. Contudo, ao contrário destes animais maciços, as árvores encontram-se um pouco por toda a parte e compreendem os maiores organismos vivos do planeta. A sua presença no ambiente que nos rodeia é algo em que quase não reparamos. Porém, até mesmo a árvore mais vulgar, a crescer numa rua ou no parque de uma cidade, merece ser contemplada.
A palavra “árvore” não é fácil de definir. O significado básico (corporizado, por exemplo, por um enorme carvalho) é apreendido por todos. A maioria das pessoas concorda nas suas características essenciais. Uma árvore costuma ser alta: mais alta do que uma pessoa de estatura elevada, tendo, talvez, pelo menos o dobro ou o triplo da altura. Uma árvore tem uma longevidade: continua a crescer durante um número indeterminado de anos. As árvores apresentam diversos tamanhos e esta variabilidade resulta de diferenças no potencial genético, do ambiente ou de uma combinação de ambos. Uma macieira nunca poderá aproximar-se em altura de uma sequoia, independentemente das suas condições de crescimento.
Quando falamos de árvores devemos ter presente que algumas espécies arbóreas de tamanhos pequenos não são árvores, mas arbustos. Isto aplica-se sobretudo a espécimes que crescem em promontórios oceânicos expostos ou em montanhas varridas pelas intempéries. Parece existir um limite para a altura que podem atingir, que ronda os 122 metros, ainda que esteja circunscrita a algumas sequoias.
Uma ideia interessante associada às árvores é que as atuais são simultaneamente velhas e novas no sentido evolutivo. Descendem das primeiras plantas terrestres, porém todas são representantes dos seus agrupamentos botânicos. Algumas são vistas como antigas porque pertencem a grupos que foram mais abundantes em eras geológicas passadas e estão quase ou totalmente extintas. Mas nenhuma delas é idêntica às suas antepassadas do Jurássico ou Cretácio de há 100 milhões de anos.
Quanto aos nomes, estes são dados dependendo da sua classificação e esta depende da variabilidade entre elas. Esta última parte pertence ao domínio da ciência – descobrir o que existe realmente – e quais os graus de semelhança ou de diferença entre as árvores. Assim que estes padrões de variação são estabelecidos, através de trabalho de campo e laboratorial e da análise estatística, definem-se os agrupamentos de indivíduos que mais se assemelham uns aos outros, designados por espécies. A seguir definem-se grupos de espécie conhecidos por géneros; a assim sucessivamente, ao longo de classificações mais abrangentes como a família e a subdivisão.
A atribuição de nomes é a última, e cientificamente menos importante, parte da taxionomia, a disciplina que engloba estas atividades. Na taxionomia vegetal, os nomes são baseados no latim ou no grego latinizado, uma prática antiga na botânica europeia lançada pelo taxonomista sueco Lineu em meados do século XVIII. Lineu deu a cada espécie um binómio, composto pelo nome do género seguido por um epíteto específico. Assim, no género Pinus temos a espécie Pinus pinaster.
Por: António Costa