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Arte Rupestre ganha destaque nos Fóios

Contar a história primitiva dos povos raianos é um dos principais objectivos deste espaço

A freguesia de Fóios, no concelho do Sabugal, vai ter um espaço dedicado à arte rupestre do Vale do Côa. «O objectivo deste projecto passa por mostrar achados arqueológicos naquela zona e contar a história primitiva dos povos raianos», adianta José Manuel Campos, presidente da Junta.

A localidade onde nasce o rio Côa vai dispor de uma sala de exposições, com cerca de 80 metros quadrados, no edifício do Centro Cívico, cuja construção está na fase final. «O espaço vai apresentar informação sobre o Património da Humanidade do Vale do Côa, que também é nosso», refere o autarca, para quem o rio Côa está «há muito ligado à arte rupestre existente em muitos pontos do vale por onde segue até à foz, e esse foi um factor decisivo para que o povo mais próximo da origem do rio tenha decidido instalar um espaço expositivo dedicado à arte dos povos primitivos». A ideia foi bem acolhida por Alexandra Cerveira Lima, directora do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), que espera que este espaço funcione como um «ponto de acolhimento» para quem vem do outro lado da fronteira e deseja visitar o vale. O facto do rio Côa nascer na Serra das Mesas, a pouca distância dos Fóios, foi determinante para a decisão de instalar uma sala de exposições que proporcionará aos seus visitantes «uma panorâmica sobre o que é a arte rupestre», adianta. Entretanto, além da arte rupestre do Vale do Côa, o espaço também dará especial atenção à arte do Sabugal.

Alexandra Cerveira Lima adianta que a freguesia pretende acolher naquele espaço a exposição “A Arte que o Côa Guarda – Arte rupestre e arqueologia do Vale do Côa”, actualmente patente no Paço da Cultura, na Guarda. Nesta mostra são abordados aspectos relacionados com a investigação arqueológica desenvolvida nos últimos 10 anos no Vale do Côa, com destaque para as gravuras rupestres, classificadas pela UNESCO como Património Mundial. José Manuel Campos espera agora que o projecto esteja concluído a tempo da inauguração do Centro Cívico, dentro de alguns meses. No entanto, o presidente não se fica por aqui e já propôs à Junta de Vila Nova de Foz Côa a geminação da nascente com a foz do Côa, ambas pontos de atracção turística. «A ideia foi muito bem acolhida pelos nossos colegas autárquicos», refere. No Centro Cívico dos Fóios haverá ainda um espaço destinado à venda de produtos locais e regionais. Entretanto, José Manuel Campos acredita que este projecto poderá «contribuir para o progresso e desenvolvimento económico, cultural e turístico de um interior esquecido, onde fecham as escolas e abrem os lares da terceira idade».

Tânia Santos

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