A qualidade do ar que se respira na Guarda pode estar em perigo. O alerta foi lançado por Crespo de Carvalho, um dos membros fundadores da Guard’Ar – Associação para a Promoção do Ambiente e Saúde do Concelho da Guarda, que admite que a certificação do ar pode estar «em risco» devido à plantação de bétulas nalgumas zonas da cidade.
Em 2004 a Guard’Ar entregou, a pedido da Câmara e do Polis, uma lista de árvores que poderiam ser plantadas e outra com as espécies que não o deveriam, no âmbito da requalificação da Praça Velha e da Avenida do Antigo Quartel dos Bombeiros. No documento, a associação recomendou que não deveriam ser plantadas árvores como «plátanos, bétulas, freixos, salgueiros, choupos e todas aquelas que pertencessem ao grupo dos herbáceos», recorda Crespo de Carvalho. No entanto, a Guard’Ar constatou que, durante as obras do programa Polis, foram plantadas bétulas junto à Sé Catedral e na Avenida do Antigo Quartel de Bombeiros. «Trata-se de uma das espécies que vai anular a certificação do ar da Guarda», avisa o responsável. Crespo de Carvalho explica ainda que todos os fenómenos de polinização podem adulterar «de forma significativa» a qualidade do ar, sendo que esse é um dos fenómenos produzidos pelas bétulas, pelo que «as pessoas com alergias respiratórias terão que evitar essas zonas», adverte. Recorde-se que a Guard’Ar pretende instalar na cidade uma clínica de climoterapia que tratará, designadamente, doenças alérgicas, como a asma e outras do foro respiratório. «Chegámos à conclusão que o ar da Guarda tem características únicas, pois é tão puro que a maior parte das alergias respiratórias podem ser tratadas com o ar», sublinha.