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Aproveitamento da Barragem do Caldeirão vai avançar

Lurdes Saavedra defende Plano de Pormenor para regulamentar construção na zona envolvente

Volvidos 15 anos sobre a inauguração da Barragem do Caldeirão, no concelho da Guarda, o aproveitamento turístico de que tanto se falou vai mesmo avançar. A ProRaia – Associação de Desenvolvimento Integrado da Raia Centro Norte conseguiu integrar o projecto numa candidatura ao novo quadro comunitário (QREN), mas deixou cair a possibilidade de transferir para ali o parque de campismo da Guarda e a remodelação do Parque Municipal.

Lurdes Saavedra, presidente da ProRaia, esclarece tratar-se ainda de uma candidatura que carece de aprovação e que falta muito tempo para que as obras arranquem nas margens do Caldeirão. A ideia é criar uma praia fluvial, uma piscina flutuante (amovível e com protecção), um parque de merendas, um parque verde com espécies autóctones, um percurso pedestre à volta da barragem e um cais para embarcações não motorizadas, de acordo com o previsto no contrato de comodato com a Redes Energéticas Nacionais (REN), uma vez que as águas são aproveitadas para consumo e produção de energia. A candidatura inclui ainda estruturas de apoio aos visitantes e à prática de desportos náuticos. O investimento global ronda o milhão de euros e a área a intervencionar é de 16.546 metros quadrados. Com este projecto, Lurdes Saavedra espera que a barragem do Caldeirão possa receber pessoas em lazer, como competições desportivas. As diferentes estruturas a instalar são pré-fabricadas, o que alivia os custos e, provavelmente, encurtará também o tempo de execução do projecto.

O objectivo é criar condições para que, perto da cidade, «os utilizadores possam conhecer o património e o mundo rural, contactar com a paisagem e a natureza, desfrutar do silêncio e tranquilidade e recuperem física e espiritualmente», refere. A também vereadora com o pelouro do Turismo e Ambiente na Câmara da Guarda diz ter-se inspirado nos «bons exemplos» que viu pelo país e defende a introdução de alguns condicionalismos para aquele espaço: «É preciso um Plano de Pormenor, pois não se pode permitir a construção hoje se não sabemos o que vamos fazer daqui a 10 anos», sustenta. O que já está definido é que serão os privados a explorar as estruturas, mediante uma concessão, até porque «essa não é uma vocação da Câmara, além de que o objectivo destes programas é estabelecer parcerias público-privadas». Nesse sentido, a presidente da ProRaia garante que «há pessoas que querem investir» no Caldeirão e que já foi contactada por alguns interessados.

Ao PROVERE – Programas de Valorização Económica dos Recursos Endógenos concorre também o projecto de requalificação da praia fluvial e parque de campismo de Valhelhas e o aproveitamento das Termas do Cró, no concelho do Sabugal. No primeiro caso, a iniciativa pretende reforçar e consolidar as margens do rio Zêzere, danificadas pelos incêndios e consequente erosão dos solos, bem como a melhoria do açude. O objectivo desta intervenção é conseguir a Bandeira Azul para Valhelhas. As obras – cujo valor ultrapassa os 2,2 milhões de euros – deverão começar na praia fluvial, passando posteriormente para o parque de campismo, onde está prevista a construção de oito “bungalows”, camaratas e espaços comerciais, entre outras acções. Depois de remodelado, este espaço de lazer deverá candidatar-se às cinco estrelas de excelência.

Igor de Sousa Costa

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