Os novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, segundo o novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, foram finalmente aprovados no último sábado, dando assim praticamente como concluído um processo de quase dois anos que levou inclusive à suspensão do estatuto de utilidade pública daquele organismo.
Contudo, a medida está longe de agradar ao presidente da Associação de Futebol da Guarda (AFG) que assegurou a O INTERIOR que «às associações nada de bom vem na aprovação destes estatutos, mas sim para aquelas organizações que representam o futebol profissional». De acordo com Andrade Poço, as associações «não podem estar de parabéns com a aprovação dos estatutos», indicando que «todas se manifestaram que eram uns maus estatutos e uma má lei de bases» mas que tinha que ser aprovada «porque havia várias ameaças, para não falar em chantagens, para que fosse aprovada». O dirigente adverte que as associações que não têm clubes profissionais «não têm receitas televisivas» nem recebem os «valores elevadíssimos que cobram as associações pela inscrição e transferências de jogadores profissionais». Por outro lado, «tememos que a Liga venha a quebrar um protocolo em que ainda saíam algumas verbas para as associações de futebol», assegurando que «podem vir aí muitos maus dias para a formação no futebol». Sobre uma eventual perca de autonomia da AFG na organização dos campeonatos distritais, também é uma possibilidade em cima da mesa: «Até agora, os estatutos diziam que a Liga organizava os campeonatos nacionais e as associações os distritais. A partir de agora, segundo os novos estatutos, a Liga organizará os campeonatos por delegação da Federação e as associações os distritais por delegação da Federação», sublinha. Neste sentido, «se a Federação eventualmente entender que temos equipas a mais na primeira ou na segunda divisão pode dizer-nos que temos que ter só 12 ou 10», realça.
