Caro Jorge Janeiro,
Ainda meninos, conhecemo-nos e tal como eu também te roubaram à família para, numa missão de guerra, irmos defender território nacional. (…)
Felizes foram aqueles que contigo tiveram esse privilégio de conviver durante o período militar e, posteriormente, nos convívios onde nos encontrávamos anualmente e sempre nos deliciavas com as gruas que idealizavas e eram o símbolo da nossa Companhia de Construções 9140/72/74.
O Jorge Janeiro, com a sua alegria, disponibilidade, boa disposição e afeto que dedicava a cada um dos seus amigos militares, era merecedor da consideração de todos como um homem de H grande. (…) Que saudades nos deixam os que partem e que não poderão futuramente dizer presente às chamadas dos convívios onde normalmente nos encontrávamos.
(…) O Jorge foi mais que um companheiro, mais que um camarada, que esteve sempre ao nosso lado nos momentos de grande dificuldade e nos momentos mais felizes. Com ele se fizeram amizades tão fortes que continuarão bem vivas e a serem compartilhadas por aqueles que, felizmente, ainda por cá estão.
Nos dias de hoje há um terrível egoísmo que grassa na sociedade tão diferente da amizade que o Jorge Janeiro fez em cada um de nós. (…). Aqui lhe presto esta singela homenagem, convicto de que ele, onde estiver, vai continuando a seguir os nossos passos e a estar presente nos nossos convívios e nunca será esquecido pelo seu minucioso trabalho com que nos deliciava “A Grua símbolo da nossa Companhia 9140”.
Pela sua maneira de ser e estar, pela amizade dedicada com que sempre nos brindava, o nosso bem-haja e um adeus até sempre. À sua família, que hoje sofre com este desenlace, em meu nome pessoal e dos amigos colegas de guerra, apresento o meu sentido pesar por esta perda que vai criar no seio dos nossos amigos uma profunda saudade.
Queirós, Marco de Canaveses