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Televisão tal como a conhecemos acaba hoje na região

Juntas de Famalicão e Valhelhas interpõem providência cautelar contra o desligamento do retransmissor que serve as duas freguesias do concelho da Guarda.

A televisão tal como a conhecemos acaba hoje na Beira Interior. A TDT (Televisão Digital Terrestre) chega com o desligamento do sinal analógico às 12h30, numa cerimónia no Porto.

A partir deste último desligamento dos transmissores e retransmissores, «quem não estiver preparado vai ficar sem televisão», afirmou Eduardo Cardadeiro, administrador da ANACOM. Será o caso das freguesias de Famalicão e Valhelhas, no concelho da Guarda, cujas Juntas decidiram avançar com uma providência cautelar, como noticia O INTERIOR, por considerarem que os interesses das suas populações não foram salvaguardados nesta mudança. Isto porque «cerca de 85 por cento» da área das nossas freguesias não está abrangida pelo sinal TDT e as entidades competentes não apresentaram uma alternativa ao desligamento do retransmissor de Valhelhas, justificou António Fontes, presidente da Junta de Famalicão.

Longe da polémica local, o desligamento dos últimos 15 emissores analógicos, entre os quais os do Marão, Montejunto e Monte da Virgem, e mais de uma centena de retransmissores analógicos, o plano de “switch off” fica concluído, deixando o sinal analógico de ser emitido «em definitivo em todo o território de Portugal», refere a ANACOM. «O que não fica concluído é o processo de migração, na medida em que todas as famílias que ainda não tenham migrado até hoje fá-lo-ão nos próximos dias», salientou o administrador.

O fim das emissões televisivas em sinal analógico ocorre três anos após a decisão em Conselho de Ministros e mais de 10 anos depois de falhada a primeira tentativa de introduzir a TDT. O processo tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente pelos custos envolvidos, sobretudo com a compra de descodificadores, e pela disponibilização apenas dos quatro canais generalistas, ao contrário do que acontece noutros países europeus. Muitas dessas críticas vieram dos municípios. Definiu-se que cidadãos com grau de deficiência igual ou superior a 60%, que recebam Rendimento Social ou tenham pensão inferior a 500 euros mensais, têm um subsídio para a aquisição do descodificador.

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