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Ainda a poluição do rio Noéme*

Senhor presidente da Câmara da Guarda,

Conta-se que um dia Jean Monnet, já velhote, pediu a um seu trabalhador que plantasse um carvalho na quinta onde vivia. O trabalhador alertou que se deveria plantar outro tipo de árvore, de crescimento mais rápido, porque já não era jovem e corria o risco de não ver o carvalho medrar. «Plante-se ainda antes da hora de almoço», disse sem hesitar o ancião ao trabalhador.

Estamos a entrar no último ano do seu mandato autárquico e não conseguiu ou não teve vontade de arranjar uma solução para despoluir o rio Noéme. Sendo o problema complexo, tinha de ter sido a primeira prioridade. Contam-se pelos dedos de uma mão as suas intervenções sobre o assunto; quanto aos atos concretos, falam por eles as descargas poluentes que fomos testemunhando. Nunca foi para si, senhor presidente, algo de importante a fazer. Inexplicavelmente ou talvez não.

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento informaram-nos em agosto (de 2015!!) que já estaria instalado um painel de sondas para medição do efluente da fábrica de forma a puder ser conduzido para a ETAR de São Miguel. Faltariam uns ajustes definitivos… Passou um ano e continuamos sem saber em que estado está o processo mesmo com repetidos pedidos de esclarecimento.

Diga-nos senhor presidente: até quando teremos de continuar a moer-lhe o juízo com este assunto? Ou está convencido que este problema não estará na memória das pessoas na altura de depositarem o voto na urna?

* Título da responsabilidade da redação

Márcio Fonseca, carta enviada ao presidente da Câmara da Guarda

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