O consócio Consulgal/Proengel venceu o concurso público internacional para a elaboração do ante-projecto do Aeroporto Regional da Covilhã. A decisão de adjudicar os estudos de impacto ambiental e localização da estrutura foi aprovada, por unanimidade, na reunião do executivo de sexta-feira.
Inicialmente, concorreram três consórcios de empresas, cujas propostas foram analisadas, segundo o vice-presidente da autarquia, por «técnicos especializados na área, nomeadamente o general Lemos Ferreira», ex-chefe de Estado-Maior da Força Aérea. Porém, a localização do aeroporto é que ainda «não está totalmente definida». João Esgalhado admitiu existir «uma proposta de localização» [Terlamonte], mas que essa possibilidade será analisada pelos técnicos que vão desenvolver o projecto e «estudar o mais possível a melhor solução em termos de orografia, declives, orientação da pista», referiu. Por outro lado, após a elaboração do ante-projecto é ainda necessário obter o aval do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e do Ministério do Ambiente, pareceres determinantes para a continuidade do empreendimento. Conseguidas as devidas autorizações, «o resto será um problema de arquitectura», sublinhou o autarca, que não quis adiantar quaisquer datas relativamente ao andamento do processo.
O ante-projecto foi adjudicado por mais de 514 mil euros. Contudo, o vice-presidente da autarquia explicou que apenas 30 por cento deste valor constitui «um compromisso efectivo» e que o pagamento do restante depende da aprovação dos documentos, garantindo que «até ao final do ano estará tudo esclarecido». Também os terrenos necessários à construção do aeroporto ainda não foram adquiridos. «Seria um absurdo avançar para a compra, porque a Câmara estaria a fazer uma despesa sem ter a certeza absoluta de que seria construído», justificou, acrescentando que, até ao momento, «não houve qualquer contacto formal do município nesse sentido, apenas existe um levantamento cadastral». De resto, João Esgalhado assegurou que o projecto é «de grande responsabilidade financeira» e que o município não está a fazê-lo «para ficar na gaveta». Segundo a autarquia, o futuro aeroporto deverá ter capacidade para receber voos internacionais de turismo, «não apenas para a Covilhã, mas para uma faixa interior, desde Foz Côa até Marvão», adiantou.
Meio milhão de euros «é muito», diz Miguel Nascimento
O vereador Miguel Nascimento contestou o valor da adjudicação, por ser «muito alto», e lembrou que «este dinheiro será desperdiçado se o parecer do INAC for negativo, quando podia ser aplicado noutras obras e investimentos». O socialista considerou que, perante este investimento, o aeroporto tem «mesmo de ser uma realidade».
Rosa Ramos