O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) esteve na Covilhã, na última sexta-feira, para ser ouvido enquanto testemunha no âmbito do processo disciplinar que corre contra os dois docentes do departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI).
Depois da inquirição, Paulo Peixoto falou aos jornalistas e garantiu que o sindicato está «particularmente empenhado» na defesa destes docentes, por considerar que estão em causa «violações do estatuto da carreira e dos princípios básicos da profissão docente». Por outro lado, classificou de «inédita» a acção judicial que a UBI interpôs contra a sua homóloga da Madeira. E não se poupou a críticas, classificando de «aberrante o facto de uma universidade pública estar a intentar uma acção contra outra, no sentido de retirar um grau académico concedido a um docente». Paulo Peixoto defende que, numa primeira instância, a UBI deveria ter apelado à tutela para que fosse apurado se a universidade da Madeira estaria, ou não, a conceder graus indevidamente e lamenta que a UBI esteja «a fechar-se sobre uma decisão pouco equilibrada». Recorde-se que esta acção judicial contra a Universidade da Madeira já foi rejeitada pelo Tribunal Administrativo e Financeiro de Castelo Branco, que a qualificou de «ilegítima e inoportuna». Na base do processo esteve o doutoramento que um docente do departamento de Ciências do Desporto efectuou naquele estabelecimento insular. A UBI decidiu ainda instaurar processos disciplinares a dois professores daquela área.