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A tradição do concelho já tem uma loja na Guarda

A Loja do Concelho abriu as portas ao artesanato e aos produtos tradicionais do município

O artesanato e os produtos regionais já têm um local privilegiado de exposição e venda, após a inauguração da Loja do Concelho, na última quinta-feira, em pleno Largo do Passo do Biu, no centro histórico da Guarda. A Fanfarra Sacabuxa, da Castanheira, e uma prova de produtos regionais deram música e sabor à abertura de um novo espaço que se pretende à disposição de artesãos e produtores locais. A nova loja, que se assume como um pólo dinamizador das artes e ofícios da região, pretende também conferir uma nova dinâmica ao centro histórico da cidade.

«Agora, a verdadeira riqueza dos produtos artesanais estão reunidos num só espaço», referiu Álvaro Guerreiro durante a cerimónia de inauguração. Para o vice-presidente da Câmara da Guarda, a Loja do Concelho será uma «montra de produtos e trabalhos do concelho» e destacou, por outro lado, a sua localização que carrega um simbolismo comercial de outros tempos. De resto, o espaço comercial vai ser «entregue aos cidadãos», sublinhou Guerreiro. Em pleno centro histórico, o espaço recém-inaugurado pretende ser um posto de exposição e venda de produtos regionais, do artesanato à gastronomia, dos produtos agro-pecuários aos agro-industriais, bem como de todo o potencial rural do concelho. A Loja do Concelho surge, principalmente, da necessidade em «recuperar o património cultural da Guarda», constituído pelo artesanato e os produtos regionais típicos da região, adianta Esmeraldo Carvalhinho, vereador da Câmara da Guarda e presidente da PróRaia, entidade co-responsável com a autarquia pela condução deste projecto.

Mais do que para vender, o vereador acredita que o espaço vai servir para «promover e valorizar» os produtos tradicionais e com um saber-fazer intrínseco. Os artesãos da região passam a ter um local de promoção, publicitação e venda, podendo ainda beneficiar de um impulso para que «os saberes tradicionais da nossa população rural não se percam», refere. Será também uma forma de incentivar os artesãos a produzir mais, melhor e novos produtos, espera Esmeraldo Carvalhinho. E para já, a avaliar pela adesão inicial dos artesãos, «pensamos que estamos a alcançar os nossos objectivos», acredita o vereador, adiantando que contam neste momento com a presença de mais de vinte artesãos com produtos expostos. No entanto, é intenção dos promotores alargar o espaço à região, apesar da Loja ser inicialmente do concelho, pelo que as autarquias vizinhas já foram convidadas a trazer para o Passo do Biu os seus produtos e a publicitar o seu artesanato. Mas por enquanto os visitantes podem descobrir e adquirir o cobertor de papa de Maçaínhas, os cestos de Gonçalo ou as tesouras de tosquia do Jarmelo. Disponíveis estão também produtos gastronómicos da região, nomeadamente o queijo da serra e a morcela da Guarda. Além disso, a Loja reúne pela primeira vez os trabalhos de artistas populares do concelho, como as cenas rurais de Álvaro Carvalho e as figuras sagradas de Rosa Carrilho, entre muitos outros.

Na Loja o mesmo tipo de produto pode ter preços diferentes, na medida em que os mesmos são estabelecidos pelos respectivos produtores. Os produtos são colocados num «sistema de consignação», isto é, serão sempre do artesão até ao momento que este os deseje recolher. Depois da promoção e da venda o produtor é recompensado com o dinheiro obtido. Entretanto, a localização da Loja já teve um efeito benéfico. É que o largo está a partir de agora livre de estacionamento. «O projecto dá-nos uma vantagem muito grande», confessa Esmeraldo Carvalhinho, o de dinamizar o centro histórico e um novo espaço da cidade onde haverá doravante animação «frequente», promete. A Loja do Concelho custou cerca de 120 mil euros e teve o apoio do programa Leader +, através da Pró-Raia, sendo ainda co-financiada pela autarquia. O espaço vai estar aberto de segunda a sábado e encerra ao domingo.

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