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«A Guarda sabe o que representa o aumento dos impostos»

Marques Mendes almoçou com militantes e solidarizou-se com a «causa» da maternidade

«A Guarda sabe bem o que representa o brutal aumento dos impostos. Hoje há milhares de portugueses que vão a Espanha fazer compras e abastecer-se de combustível, porque é muito mais barato. E isto está a dar cabo das empresas em Portugal». Quem o diz é Marques Mendes, que esteve na cidade, no passado sábado no âmbito da sua recandidatura à presidência do PSD.

Num almoço com mais de uma centena de militantes locais, o líder dos social-democratas responsabilizou o actual Governo pela situação e considerou que a sua política económica está «a minar a competitividade das nossas empresas e a qualidade da economia nacional. É verdadeiramente criminoso», sustentou. Por outro lado, sublinhando que a estratégia do Executivo de José Sócrates assenta unicamente no aumento dos impostos: «Foi o IVA, o imposto sobre os combustíveis, e todos os demais. Mas esta semana a verdade venceu a propaganda», reconheceu, constatando que o Governo «fez tudo ao contrário» do que prometeu. E para Marques Mendes o aumento dos impostos e do desemprego não tem nada a ver com o preço do petróleo, «mas com a política económica e financeira» do Executivo socialista. Por isso, entende que os portugueses têm razão para estarem «irritados» com o Governo. O mesmo se aplica, na sua opinião, relativamente ao interior. Lembrando que o primeiro-ministro cresceu na Covilhã, o presidente do PSD acusou José Sócrates de se ter «esquecido rapidamente das suas origens», pois agora «temos ainda mais interior e totalmente desprezado pelo Governo».

Marques Mendes aproveitou ainda a passagem pela Guarda para manifestar a sua solidariedade com a «causa» da maternidade: «O seu eventual encerramento é um crime e é preciso muita insensibilidade para não perceber os efeitos negativos destas decisões», considerou, enquanto Ana Manso, líder da distrital, insistiu nas críticas ao Governo, que acusou de ter feito do interior «a principal vítima e o principal alvo de ataque». Entretanto, a nível interno, Zita Vaz foi eleita para a concelhia da Guarda, mas com apenas 40 por cento dos votos dos militantes inscritos.

Fecho da maternidade é «um crime»

O eventual fecho da maternidade da Guarda é «quase um crime», sustentou, segunda-feira, Ana Manso após uma visita àquele serviço do Hospital Sousa Martins. A líder da distrital do PSD e também vice-presidente da comissão parlamentar de Saúde acrescentou que essa decisão é «absurda e não faz sentido pelas condições de excelência existentes no bloco de partos e em termos de recursos humanos». Acompanhada do líder do PSD de Castelo Branco, Carlos São Martinho, do deputado por aquele círculo Ribeiro Cristóvão e por Fernando Negrão, porta-voz social-democrata, Ana Manso considerou que a integração da Guarda na lista das maternidades a fechar é «tecnicamente insustentável, porque satisfaz na plenitude todos os critérios do relatório da comissão».

Por outro lado, acusou o ministro de ter «dois pesos e duas medidas» nesta matéria, uma vez que a Guarda, onde há cerca de quatro anos foram gastos mais de dois milhões de euros, tem «praticamente os mesmos partos que o Hospital de Sto. António, no Porto, e ninguém, com bom senso, pensa fechá-la». A deputada sublinhou ainda que «não é com medidas destas que se combate a desertificação do interior», acreditando que o ministério da Saúde vai «recuar». O mesmo pensa Fernando Negrão. «O Governo calçou muito mal esta bota, pois, ao anunciar, entre três maternidades na Beira Interior, o fecho de uma, criou instabilidade e insegurança em todas», sublinhou. Para o deputado, «há um método errado, politicamente mal gerido e muita falta de bom senso», exigindo conhecer todos os dados e saber qual o serviço que vai fechar «para depois verificar, tecnicamente, se é a decisão correcta ou não».

Luis Martins

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