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«A cidade está um bocadinho melhor, não está?»

Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por maioria, o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2008

A Câmara da Covilhã vai dispor, em 2008, de 84 milhões, menos dois milhões de euros que este ano. O Orçamento e as Grandes Opções do Plano foram aprovados por maioria, na última sexta-feira, em Assembleia Municipal, com os votos contra da oposição. Numa declaração de voto, a bancada socialista considerou que este é um «orçamento de fim de ciclo e está desvirtuado nas suas previsões», realçando a «dependência excessiva» das receitas provenientes da venda de património.

Outro dos assuntos levantados pelo PS diz respeito à Taxa Municipal dos Direitos de Passagem, que aparece contemplada no orçamento com uma receita na ordem dos 13 mil euros, apesar de Carlos Pinto se ter «comprometido a abdicar dessa receita na sessão anterior da Assembleia Municipal». Para além disso, as principais críticas socialistas recaíram sobre «a previsão da realização de um empréstimo a médio e longo prazo no valor global de 722 mil euros, que não augura nada de bom». Carlos Pinto respondeu “à letra” e recomendou maior humildade à bancada PS, «que levou 5 a 2 nas últimas autárquicas e não aprendeu nada». Surpreendentemente, o edil muniu-se depois de um “slideshow” fotográfico e foi apresentando imagens da Covilhã «de hoje e de antigamente». E dirigiu-se aos deputados da oposição: «Parece que a cidade está um bocadinho melhor, não está?», concluindo que «quando os senhores deputados falam em endividamento, não se lembram destas obras».

Autarquia aposta nas acessibilidades

No que diz respeito às grandes obras previstas para 2008, Carlos Pinto referiu que as acessibilidades terão destaque e até já está pronto o concurso «para uma série de variantes». Por outro lado, deverá nascer a piscina-praia da Covilhã e a piscina do Teixoso, obras que, segundo o edil, «apenas aguardam o visto do Tribunal de Contas». Está também prevista a conclusão do complexo desportivo da Associação Desportiva da Estação (ADE) e da via «de ligação entre a zona do Inatel e o Intermarché». O elevador mecânico nas Escadinhas de Santo André é outra das suas aspirações, cujo projecto será «adjudicado ainda esta semana», garantiu. Depois, há o novo edifício da Assembleia Municipal, uma «obra de uma nobreza enorme, orçada em 1,5 milhões de euros», acrescentou. Outra das ideias que o município vai abraçar é aquilo a que Carlos Pinto chama de «projecto de desmaterialização», centrado sobretudo no sector do urbanismo.

Na prática, pretende-se reduzir a circulação de documentos em papel, através da informatização do serviço. Entretanto, também na “lista de desejos” da autarquia covilhanense continuará o IC6. «Não há razão para que o Governo não anuncie o concurso durante 2008», avisou o edil. Já no que se refere à alienação de 49 por cento da empresa municipal Águas da Covilhã, Carlos Pinto garantiu, à margem da reunião, que o negócio deverá ficar concluído «durante o próximo mês».

PS questiona maioria sobre negócio do Teatro-Cine

A bancada socialista aproveitou a sessão para questionar a maioria sobre a requalificação do Teatro-Cine da Covilhã, anunciada pelo edil em Outubro, no Dia da Cidade. O projecto, que surge depois do abandono da ideia de um Centro de Artes, prevê a criação de um Centro de Congressos e do futuro Teatro Municipal. Isto após a autarquia ter chegado a um acordo com a família Pina Bicho, proprietária do imóvel. O PS quis saber se o negócio «está efectivamente fechado, por que valor irá ser concretizado, se o projecto do Centro de Artes se irá manter e, caso contrário, o que irá acontecer à rua com o mesmo nome». Na resposta, Carlos Pinto garantiu que o Teatro-Cine vai ser a «sala de espectáculos da Covilhã» e que apenas «está a ser discutida a forma de pagamento do imóvel».

Rosa Ramos

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