P – É um desafio aliciante estrear-se como treinador logo à frente dos seniores da Associação Desportiva da Estação?
R – É um desafio bastante aliciante que aceitei com todo o gosto porque é um clube que me diz muita coisa. Foi aqui que iniciei a minha formação, tanto desportiva como a nível pessoal, como homem, e não podia dizer que não a um projeto destes. Ainda para mais iniciando a minha atividade de treinador, que foi um objetivo que sempre tive durante todos os anos que levo de futebol.
P – Vai dedicar-se apenas ao treino ou vai acumular com as funções de jogador?
R – Vou ser apenas treinador. Deixei de jogar futebol há dois anos. Vou ter como adjuntos o professor João Sá Pinho e o João Santiago.
P – Ainda é bastante jovem. Foi fácil deixar o futebol enquanto jogador?
R – Nunca é fácil deixar uma atividade que exercia desde os sete anos, mas chega a uma altura em que temos que tomar decisões na vida e quando deixei o Penamacorense decidi que aquele era o momento para pôr um ponto final na carreira de jogador. Comecei também a olhar para esta área de treinador com outra mentalidade porque sempre admirei muito o trabalho dos técnicos com quem convivia diariamente. No ano passado tentei estar o mais possível na parte de fora, observando jogos e conhecendo os jogadores de forma diferente daquela que fazia enquanto jogava.
P – Qual o objetivo do clube nesta primeira época após o interregno?
R – Aquilo que me foi pedido foi ajudar a formação dos jovens que estavam, alguns deles, com dificuldades em arranjar clube, em dar continuidade ao trabalho desenvolvido na formação que sempre foi muito positivo na ADE. Quando terminavam a formação, os jovens tinham a ambição de poder ter uma equipa que lhes continuasse a dar motivação no trabalho e foi isso que me foi pedido, de continuar a ajudá-los no sentido de poderem evoluir cada vez mais.
P – Chegar aos nacionais a breve prazo é uma ambição?
R – A ambição do clube sempre foi vencer, mas neste momento ela passa, claro, por vencer, mas sobretudo por continuar a formar e a dar a possibilidade aos jovens da região, porque vão estar aqui vários jovens de clubes que não tiveram lugar nas equipas seniores.
P – A ADE é um clube conhecido pelo bom trabalho desenvolvido na formação. A equipa sénior pode servir para potenciar os jovens do clube?
R – Sim, a minha ideia é mesmo essa. A ideia da equipa técnica é continuar a apostar na formação dos jovens, poder fazer com evoluam cada vez mais e claro o clube também me pediu para potenciar alguns jogadores, no sentido de, no futuro, poder vir a retirar dividendos dessa aposta.
P – Até onde ambiciona chegar enquanto treinador?
R – A ambição vai ser diária. Sabemos que o trabalho do treinador não é fácil porque está dependente dos resultados. Neste momento, o que me foi pedido pelo clube foi mais apostar na formação dos atletas, mas tendo sempre em vista o resultado, porque este sempre foi um clube que apostou em formar, mas ao mesmo tempo também em ganhar. É um clube que sempre esteve habituado a vencer e eu não vou fugir à regra.