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18,2 milhões para associações de desenvolvimento local da região

Raia Histórica garantiu a maior dotação das cinco entidades que operam nas Beiras e Serra da Estrela e vai receber 4,3 milhões de euros para aplicar até 2020

A Raia Histórica, sediada em Trancoso, é a associação de desenvolvimento local da região que mais fundos comunitários vai receber. São mais de 4,3 milhões de euros para apoiar, via PDR 2020, pequenos investimentos na agricultura, na comercialização de produtos locais e na renovação de aldeias em territórios rurais nos próximos anos.

Os contratos de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) foram assinados na semana passada, em Ponte de Sor, pelos responsáveis dos cinco Grupos de Ação Local que operam na área da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. À Raia Histórica seguem-se a Pro-Raia – Associação de Desenvolvimento Integrado da Raia Centro Norte, sediada na Guarda, e a ADRUSE – Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela, em Gouveia, que vão receber mais de 3,7 milhões de euros cada. Por sua vez, a RUDE – Associação de Desenvolvimento Rural, cuja sede fica na Covilhã, garantiu perto de 3,7 milhões de euros e a ADERES – Associação de Desenvolvimento Rural ESTRELA SUL, sediada em Cortes do Meio (Covilhã), terá direito a mais de 2,8 milhões de euros. Estas verbas destinam-se a apoiar pequenos investimentos nas explorações agrícolas e na transformação e comercialização das suas produções, na diversificação de atividades na exploração, na criação de cadeias curtas e mercados locais, na promoção de produtos de qualidade locais e na renovação de aldeias em territórios rurais.

Deverão também contribuir para a criação do próprio emprego ou empresa por desempregados ou inativos que pretendam voltar ao mercado de trabalho e a expansão de pequenas e microempresas existentes de base local. Outro objetivo é apoiar a criação de novas empresas e pequenos negócios na área da valorização e exploração de recursos endógenos, do artesanato e da economia verde, que sejam geradores de novos empregos, além da conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património natural e cultural. Para o presidente da Raia Histórica, que abrange os concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Pinhel e Trancoso, a dotação contratualizada com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) resulta do «bom trabalho» da Raia Histórica nos últimos anos. «Graças a um quadro técnico com muita experiência conseguimos sempre cumprir aquilo que nos propusemos fazer e fechámos o último quadro comunitário com uma taxa de execução superior a 90 por cento», recorda Rui Ventura.

O responsável assume que o objetivo é manter este desempenho e começar já a divulgar apoios e programas junto dos agentes e das empresas da região através de “flyers” e de fóruns de discussão em cada concelho para «os agentes saberem de que forma podem candidatar-se e a quê». O também presidente da Câmara de Pinhel recorda que, «ao longo destes vinte anos, a Raia Histórica tem estado próxima dos empresários e tem contribuído para a riqueza destes cinco concelhos. Só temos que manter este reconhecimento para, mais uma vez, atingirmos os objetivos a que nos propomos e podermos ter, como no quadro anterior, candidaturas ao “overbooking” aprovadas». Segundo a CCDRC, os 29 Grupos de Ação Local (GAL) da região Centro vão receber 103,5 milhões de euros de fundos europeus. Em comunicado, a Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local destacou o facto dos seus associados terem «superado» as taxas de execução estimadas inicialmente na medida LEADER, Sub-Programa 3 do ProDer. Segundo aquele organismo foram atribuídos 333 milhões de euros de incentivos para a realização de projetos nas zonas rurais, valor que «superou em mais de três milhões de euros a dotação inicialmente prevista, o que só foi possível pela dinâmica empreendedora que as populações dos territórios rurais revelaram, concretizando a realização de cerca de 5 mil projetos com importantes contributos para o desenvolvimento local».

Luis Martins A agricultura, a valorização de produtos endógenos e a renovação de aldeias são algumas das áreas apoiadas neste quadro comunitário

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