Há quase um ano esxcrevi aqui (ointerior.pt/opiniao/a-nova-vida-da-medaha/) que, «na Mêda, hoje, nasce um “novo futuro”». Tamanho entusiasmo acontecia na sequência do anúncio da instalação nesta cidade do polo do Colab MORE – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação.
Passados 10 meses, e não tendo dúvidas do esforço que está a ser feito por todas as partes (Câmara da Mêda, Politécnico de Bragança e Politécnico da Guarda, Universidade do Porto e Fundação Côa Parque), a instalção deste excepcional projeto vai devagar. Porque estes projetos vão sempre muito devagar. Vão sempre muito mais devagar do que aquilo que gostaríamos. Vão sempre ao seu ritmo… e o seu ritmo é para o futuro, ainda que nós desejássemos que fossem para o presente – durante anos nada de estratégico foi feito pela Mêda, agora que há um projeto de referência, e que pode ser deterrminante, esperemos que se desenvolva e se afirme como um motor de conhecimento e ciência e que arraste atrás de si dinamismo e desenvolvimento!
O concelho da Mêda, “onde a Beira acaba e o Douro começa”, expressão que aqui escrevi em 2007, (ointerior.pt/arquivo/onde-a-beira-acaba-e-o-douro-comeca/) e que desde então muitos outros repetiram, vive ao seu ritmo, tranquilo como poucos, onde as tradições e a natureza se cruzam com um património histórico e aldeias medievais como Marialva, Longroiva, Ranhados, Prova ou Coriscada (ou as ruínas romanas de Vale do Mouro). Porque estar na Mêda é ter a oportunidade de apreciar o interminável horizonte, de saborear os figos sêcos e as amêndoas, de degustar os vinhos de um Douro alto e suave, de entranhar tradições e vivências. É perceber o passado e o presente. E agora, também, olhar para o futuro. Porque o futuro também será onde a Beira acaba e o Douro começa.