O WOOL, Festival de Arte Urbana da Covilhã, está de regresso à cidade entre sábado e 4 de julho para a oitava edição e celebrar os dez anos de existência daquele que foi o primeiro festival de arte urbana em Portugal. Estão programadas mais de 40 iniciativas que vão envolver os melhores artistas nacionais e internacionais das mais diversas áreas.
Lara Seixo Rodrigues, uma das fundadoras do festival, adianta que «as expetativas são enormes» em torno desta edição comemorativa que contará com artistas e peças produzidas de «grande qualidade». Entre os murais que vão ser pintados, a responsável destaca o do Colectivo Licuado, grupo que vai «estar a trabalhar numa homenagem à primeira exposição científica à Serra da Estrela, que aconteceu há 140 anos», e o de Daniel Eime, «que vai trabalhar sobre a temática da mulher, uma personagem demasiado anónima na indústria têxtil não só a nível local, como também global», disse a O INTERIOR. Em destaque nesta edição estarão também as residências artísticas que vão decorrer num maior espaço de tempo, pois já estão a ser preparadas desde janeiro e serão apresentadas durante e após o WOOL. Raquel Belli, responsável pela atividade dedicada à fotografia, foi desafiada a recolher fotografias antigas do passado da região para serem expostas nalgumas montras do comércio local. Já Nuno Sarmento, na residência de desenho, vai elaborar um «rolo contínuo ilustrativo dos dez anos do festival, que estimamos venha a ter cerca de 30 metros de comprimento», acrescenta Lara Seixo Rodrigues.
A nível musical, a organizadora destaca o filme musicado “Covilhã Industrial, Pitoresca, e seus arredores”, realizado há cem anos e que será sonorizado ao vivo pela banda portuguesa First Breath After Coma. Além disso, será promovido um roteiro sonoro onde o artista Defski, produtor e músico covilhanense, apresentará «dez temas que são paisagens sonoras para cada um dos murais que o próprio escolheu e que foram interpretadas por músicos estrangeiros e portugueses. O WOOL conta ainda com a exposição “Crisis”, de Jofre Oliveras, que participou na edição de 2020, e Lucía Herrero; e a ação comunitária “Juntos, ponto por ponto”, orientada por Aheneah, que também orientará o workshop “Arte urbana em ponto cruz”.
Estão igualmente agendados um concerto de Joana Guerra e visitas guiadas por diversos pontos da cidade da Covilhã. «Estamos a falar de arte visual, plástica, fotografia, desenho, um workshop, visitas guiadas, exposições. Ou seja, há sempre um mix de artes neste festival de arte urbana que acontece em espaço público», afirma Lara Seixo Rodrigues. O WOOL, festival pioneiro deste tipo de arte contemporânea a nível nacional, tem tido muito sucesso desde a sua fundação em 2011. Lara Seixo Rodrigues considera que um dos principais motivos para o êxito será o facto de ser «um festival que tinha muita lógica acontecer num meio muito urbano, como Lisboa ou Porto, e de repente acontece no interior do país». O orçamento desta edição é da ordem dos 83 mil euros, suportados maioritariamente pela Câmara da Covilhã, por uma coprodução com a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027 e por cerca de 20 patrocinadores locais e nacionais.
WOOL de regresso às paredes e ruas da Covilhã
Festival de arte urbana mais antigo em Portugal celebra este ano uma década de existência