Os guardenses vão pagar mais onze cêntimos na fatura da água em 2021 em consequência de um aumento de cem por cento da taxa de resíduos sólidos.
As tarifas de água, saneamento e resíduos para o próximo ano foram aprovadas por maioria, na reunião do executivo da Câmara da Guarda desta segunda-feira. Os vereadores do PS e Sérgio Costa, que participaram por videoconferência, abstiveram-se. Segundo o presidente do município, o preço da água e do saneamento mantêm-se inalterados, o que muda é o custo afeto ao tratamento do lixo. «Pelo mesmo consumo de água vamos pagar mais no próximo ano, num aumento de 100 por cento», confirmou Carlos Chaves Monteiro, justificando que esta subida foi «imposta pela ERSAR, que determinou que a taxa de resíduos passasse de 0,11 euros para 0,22 euros por tonelada». Carlos Chaves Monteiro acrescentou que esta alteração aplica-se a todos os municípios do país e é «uma espécie de penalização» por Portugal não ter ainda conseguido atingir a meta de reciclagem de 30 por cento dos resíduos sólidos urbanos.
O autarca garantiu que «não dá para a Câmara compensar com a redução das outras tarifas porque o objetivo é o equilíbrio do sistema, que tem que ser sustentável sob pena de não funcionar». De resto, Chaves Monteiro apelou à «consciência cívica de cada um» e à separação seletiva do lixo para que o tratamento diferenciado possa aumentar e contribuir para a redução desta taxa. Cristina Correia, vereadora do PS, criticou este aumento num ano que será «muito difícil para os guardenses», mas reconheceu que resulta de uma decisão externa à autarquia. Também Sérgio Costa, vereador do PSD sem pelouros, lamentou que as tarifas «não baixem e até aumentem em situações pontuais», quando «se esperava uma redução significativa». O social-democrata ainda desafiou Chaves Monteiro a reduzir as tarifas de água, saneamento e resíduos «em, pelo menos, 7 por cento, tal como prometido aos guardenses», para votar a favor, mas o edil não alterou a proposta.