O problema surgiu no «final de julho», segundo a autarquia da Covilhã. Nesta altura o município foi «confrontado com a indisponibilidade do atual prestador de serviços de transporte público de passageiros», a Covibus (grupo Avanza) para renovar o contrato de prestação de serviços, que vigorava até 31 de agosto. Perante este cenário a Câmara Municipal viu-se obrigada a contratar temporariamente uma nova empresa para assegurar os transportes urbanos «até ao momento em que esteja concluído o processo de contratação pública internacional que decorre para o novo Sistema de Mobilidade da Covilhã», que deverá terminar «no início de 2021», diz o município.
Esta alteração apanhou de surpresa os trabalhadores da Covibus na Covilhã que afirmaram, através de comunicado divulgado no passado dia 28 de agosto, não saber se o seu posto de trabalho se manteria após dia 1 de setembro. O grupo de quatro dezenas de trabalhadores afirmava não saber se «se passam ou não para a empresa que vai iniciar o [novo] serviço» e referiam que não existia qualquer garantia formal de manutenção dos postos de trabalho. Perante a situação de incerteza os trabalhadores levaram a cabo, esta segunda-feira, uma paralisação dos transportes urbanos na Covilhã, exigindo respostas à Câmara Municipal.
A autarquia reuniu então com o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos e, um dia após os protestos, foi anunciado o acordo que acabou por confirmar a manutenção de todos os postos de trabalho: após uma negociação «árdua e proveitosa» a Transdev «salvaguardou a continuidade dos serviços e postos de trabalho», disse a O INTERIOR José Miguel Oliveira, vereador da Câmara Municipal da Covilhã. O responsável afirmou que o contrato de prestação de serviços irá vigorar por seis meses, altura em que se espera estar terminado o concurso.
José Miguel Oliveira sublinhou que «apesar de o município não ter, em termos jurídicos, contratuais ou formais, qualquer obrigação» de solucionar o problema, esteve disponível para intervir e mediar as negociações, razão pela qual agora «reserva o direito de intentar o ressarcimento destes esforços [de negociação] junto do operador» de transportes de forma «a salvaguardar o interesse público».
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