Região

Hotel Vila Galé com «boa procura» em Manteigas

Escrito por Jornal O Interior

Nova unidade do grupo hoteleiro abriu portas há dois meses na Serra da Estrela, um dos destinos «mais importantes» da região Centro

A Serra da Estrela tem mais uma “estrela”. “Encaixado” no sopé do Vale Glaciar do Zêzere, o hotel Vila Galé passa quase despercebido, mas é o novo atrativo de Manteigas e a primeira unidade de montanha do grupo hoteleiro português. Dois meses após a sua abertura, adiada devido à pandemia, o hotel tem tido «boa aceitação e procura», registando uma taxa de ocupação da ordem dos 54 por cento em julho.

Investir cerca de 10 milhões de euros na Serra da Estrela não foi um capricho: «É um dos destinos mais importantes do Centro do país, que já vai tendo procura significativa não só no Inverno, mas todo o ano, por parte de portugueses e estrangeiros», afirma o diretor operacional do Vila Galé. Carlos Alves acrescenta que o grupo andava a estudar a região «há algum tempo» e Manteigas «pareceu-nos a localização certa para abrir o nosso primeiro hotel de montanha e diversificar ainda mais o nosso portefólio». O edifício tem uma arquitetura discreta, linhas suaves, e está devidamente integrado na paisagem natural do Vale Glaciar. Com quatro estrelas, está é uma das unidades mais pequenas do grupo, mas mesmo assim tem 91 quartos, nove deles familiares. A piscina exterior para adultos e outra para crianças, restaurante, “lobby bar”, spa Satsanga com piscina interior, jacuzzi exterior e salão de eventos são outras valências.

O tema do hotel é “Mitos, lendas, costumes e tradições da região serrana”, que estão espalhados pelo hotel e permitem conhecer um pouco mais sobre a região. Carlos destaca «a modernidade da arquitetura, as facilidades – a banheira de hidromassagem ao ar-livre será um ex-líbris – e a localização» do Vila Galé Serra da Estrela. A unidade vai disponibilizar trilhos de trekking ou hiking, passeios de jipe ou moto 4, e divulgará também junto dos seus clientes as praias fluviais da região. «É um bom ponto de partida para conhecer o Poço do Inferno, o Covão d’Ametade ou mesmo chegar à Torre», acrescenta Carlos Alves. E para recuperar forças nada melhor do que a gastronomia tradicional serrana servida num restaurante com vista para Manteigas.

O novo hotel do grupo Vila Galé permitiu criar 40 postos de trabalho e os seus responsáveis também admitem que as portagens nas autoestradas que servem a região, onde há «poucas vias de qualidade», possam ser «um entrave» para quem queira vir até à Serra da Estrela. «Para promover ainda mais o interior e diminuir as assimetrias com o litoral, talvez ter um custo de portagem mais acessível pudesse ser um fator de atratividade. Todavia, teremos de trabalhar para melhorar a oferta no destino, diversificando com ofertas de qualidade por forma a torná-lo de tal forma notável que as portagens deixem de ser um fator», defende o diretor operacional do Vila Galé.

«Manteigas tem mais camas do que algumas cidades»

O hotel Vila Galé é a maior unidade do concelho de Manteigas e teve um «contributo significativo» para a criação de emprego, declara o presidente do município.

Escusando-se a «relevar uns projetos em relação a outros», Esmeraldo Carvalhinho prefere sublinhar que Manteigas tem atualmente «mais camas do que algumas cidades à nossa volta, o que é um sinal claro de que, em termos de desenvolvimento turístico, estamos muito bem». O autarca não deixa, no entanto, de assinalar a importância do Vila Galé: «Uma empresa que tem um milhão de clientes a circular pelos hotéis em Portugal e no Brasil garante-nos um número significativo de visitantes anuais», afirma. Com este e outros projetos, já a funcionar ou em fase de licenciamento, o edil socialista destaca também o facto da oferta existente no concelho que é o “coração” da Serra da Estrela – e o mais pequeno do distrito da Guarda – ir das unidades de 5 estrelas até ao alojamento local, o que acredita permitir «abarcar vários nichos de mercado».

Esmeraldo Carvalhinho considera que chegou «o momento» do Governo rever a concessão da exploração turística na Serra da Estrela, pois o monopólio da Turistrela «não se justifica, é ilegal, porque é contrário ao nosso regime democrático e às normas da União Europeia, e deve terminar porque está completamente ultrapassado». Segundo o autarca, a serra «nunca beneficiou nada desta concessão», que está «a travar mais investimentos» na região. Esta opinião já foi transmitida à vice-presidente do Turismo de Portugal, numa reunião realizada em novembro do ano passado que juntou os autarcas serranos a propósito da elaboração de um novo caderno de encargos para a Turistrela.

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