O primeiro-ministro alertou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que «ninguém pode pensar que a transição para o estado de calamidade nos liberta do dever cívico de procurar manter o maior recolhimento, afastamento físico possível e todas as regras de higienização das mãos e de etiqueta respiratória».
Nesse sentido, António Costa afirmou que será preciso utilizar máscaras em todos os espaços públicos e que o dever de confinamento profilático mantém-se. «Todos temos consciência que até haver uma vacina disponível no mercado e acessível a todos nós, ou até haver um tratamento, vamos ter de continuar a conviver com o Covid-19 nas nossas vidas», disse o chefe do Executivo.
De resto, António Costa reiterou: «Enquanto houver Covid, a vida não será normal. O vírus somos nós que o transportamos». O primeiro-ministro explicou que as medidas do plano de desconfinamento entram em vigor de 15 em 15 dias (4 de maio, 18 de maio e 1 de junho), mediante avaliação durante a transição entre estes períodos.
«Temos consciência que este processo tem riscos», cujas consequências «dependem de cada um», lembrou António Costa, avisando que «à medida que vamos reabrindo um conjunto de atividades, o risco de contenção aumenta, o que exige maior responsabilidade de todos nós».
No entanto, António Costa garantiu que não terá «vergonha de dar um passo atrás» caso isso garanta a segurança dos portugueses. Nesta conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, o chefe do Governo explicou que o fim do estado de emergência deve-se à «redução significativa» do risco de transmissibilidade da doença em Portugal, «que chegou a atingir um valor de 2,53 por cento e nos últimos cinco dias tem tido uma média de 0,92 por cento».
Por outro lado, «esta diminuição do risco tem sido evidenciada pela evolução da curva dos casos. Durante um longo período, a tendência foi ascendente e agora tem sido uma tendência decrescente», acrescentou, constatando também que se tem verificado uma estabilização do número de óbitos.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro sublinhou várias vezes que o fim do estado de emergência não é o regresso à normalidade dos dias. «Não quer dizer que a pandemia esteja ultrapassada, o risco vencido e que podemos retomar a normalidade da nossa vida. Não podemos. Temos de manter um nível de contenção elevado», avisou António Costa.