Os números são de uma frieza polar, com uma força diabólica na ciência. Há ao fim de vários meses de pandemia uma série de factos incontornáveis que os estudiosos de data base devem usar mantendo-se imunes à opinião, ao fervor político, à orientação partidária. Quero afirmar que perante o medo gerado e as observações iniciais, eu segui, cumpri e participei nas decisões, confinando-me e carregando a cruz da baixa de rendimentos. Agora, a 28 de abril há lugares onde se deve pesquisar a informação bruta, a informação crua e perceber que Portugal tem menos idosos que a Suécia, menos tempo de vida expectável, mais médicos por mil habitantes. https://ourworldindata.org/coronavirus Encontram aqui tudo o que digo se não falhei alguma leitura. As opções escolhidas são muito diversas, mas os resultados não são a noite e o dia se usarmos da tal fria capacidade de ver as quantidades. https://portugues.medscape.com/verartigo/6504749?src=mkm_ptmkt_200428_mscmrk_ptcoronavirus_nl&uac=314566BR&impID=2361101&faf=1
O que parece é que a infeção estava espalhada muito antes daquilo que se tinha pensado – possivelmente quatro semanas antes. Assim o achatamento das curvas parece ter usado esse número não calculado de infetados que não foram testados na época e será muito maior do que se imaginou. O valor do IFR (valor da fatalidade pela infeção) será, pois, tudo indica isso, muito menor do que o inicial. Isto é bom para todos! Isto é uma ótima notícia – não se ofendam nem se agridam! Isto significa que devemos optar por desconfinar, com algum cuidado – mas soltando os jovens e os adultos saudáveis. A ciência pura, fria e dura não tem mãe, nem saudades, nem chora: serve para perceber que não carecemos de caminhar para a tragédia económica e psiquiátrica porque a afeção grave desta doença é menor em gente saudável, bem alimentada, e jovem – o contrário da gripe espanhola. https://ourworldindata.org/spanish-flu-largest-influenza-pandemic-in-history