Sociedade

Pavilhão multiusos será construído no Rio Diz

Escrito por Luís Martins

Há acordo para a construção do futuro Centro de Exposições Transfronteiriço nos terrenos da fábrica Tavares. Será a Greenfield, um fundo de investimento, a fazer a obra depois de pagar 2 milhões de euros ao município e cerca de 950 mil euros à Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares. As negociações foram concluídas na semana passada e as escrituras deverão ocorrer já na próxima semana.

Já está decidido. O futuro Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) da Guarda vai surgir nos terrenos da antiga fábrica Tavares, no Rio Diz. O equipamento com 10 mil metros quadrados vai ser construído por um fundo de investimento, designado por Greenfield, que vai pagar dois milhões de euros ao município e cerca de 950 mil euros por todo o património da família Tavares naquela zona da cidade, incluindo uma parcela de terreno que estava omissa no acordo celebrado com a autarquia em 2001.
Este desfecho deixa sem efeito o contrato promessa de compra e venda então estabelecido com a Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares. As negociações entre os herdeiros, o município e o investidor privado foram concluídas na semana passada, tendo o acordo sido confirmado a O INTERIOR por Carlos Chaves Monteiro. Segundo o autarca, esta solução «teve em consideração a deliberação da última Assembleia Municipal», que aprovou, por maioria, uma moção do Bloco de Esquerda (BE) que defendia que o CET não fosse construído no Parque Urbano do Rio Diz e pedia ao executivo para retomar as negociações com a Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares. «O grupo privado vai construir o pavilhão multiusos e a Câmara será arrendatária pelo período de 25 anos, que implicará o pagamento de uma renda mensal (ou a pagar anualmente) cujo valor está a ser calculado» e que deverá ser «ligeiramente superior ao custo anual do aluguer» de equipamento amovível para a realização da FIT, segundo o autarca. «Esta é a opção que melhor acautela os interesses da Câmara que, neste momento, não tem recursos financeiros para fazer a obra, nem há apoios comunitários para a comparticipar», disse o presidente do município
Chaves Monteiro adianta que a construção do equipamento custará «15 a 16 milhões de euros» e que a Greenfield se comprometeu também a requalificar «toda a envolvente do pavilhão». O edil espera ter condições «na próxima semana» para a escritura dos terrenos do Rio Diz poder ser feita a favor do fundo de investimentos, que assim passará a ser o proprietário de todos os terrenos da Têxtil Tavares no Rio Diz pagando quase três milhões de euros (dois milhões à Câmara pelos imóveis adquiridos por esta e 950 mil à família Tavares pelo terreno para onde o contrato de 2001 autorizava uma urbanização). Já a obra deverá arrancar no final deste ano e o edifício será ainda aproveitado para acolher o futuro Centro Tecnológico Fernando Carvalho Rodrigues.
Chega assim ao fim a polémica que marcou o final de 2019, quando a Câmara anunciou ter desistido de erigir o CET na antiga fábrica Tavares porque a empresa não escriturou os terrenos em nome do município apesar deste ter pago dois milhões de euros de acordo com um contrato promessa de compra e venda. Além disso, uma área de 50 mil metros quadrados tinha sido hipotecada pela Sociedade Têxtil à Segurança Social por 800 mil euros. Na altura, a autarquia ainda ponderou fazer a obra no Parque Urbano do Rio Diz, mas a contestação política e popular que se gerou fez Carlos Chaves Monteiro recuar e retomar as negociações com a família Tavares. Pelo meio, a Câmara ainda chegou a arrestar o património da sociedade, procedimento judicial do qual deverá agora desistir.

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