A origem do aglomerado que hoje conhecemos como “Cidade Falcão” é remota e incerta. Não há certezas relativas à fundação específica da localidade, mas esta é atribuída aos túrdulos – um grupo étnico que habitava na antiga província da Espanha meridional, a Bética – cerca de 500 anos a. C..
De acordo com o livro “Pinhel Falcão”, de Ilídio da Silva Marta, que faz referência a esse mesmo facto, a localização do primeiro esboço da povoação que viria a dar origem a Pinhel encontrava-se «situada no estremo Nordeste sobre os penhascos em que mais tarde assentou a muralha, e abaixo do morro, que a abrigava dos ventos do sul e do nascente». Seria em 1191 que Pinhel receberia o primeiro foral, atribuído pelos frades de Santa Maria de Ribeira Paiva em nome do rei. À época, as ordens religiosas «eram quem tomava conta dos territórios» e, por essa razão, «em nome dos Reis, iam dando cartas de foral às diferentes terras sob a sua administração, o que aconteceu com Pinhel», lê-se na obra editada pelo município. Já nesta altura o vinho era uma importante fonte de rendimento local, sendo por isso mencionado como «parte integrante de arrecadação dos impostos reais» à data do primeiro foral. Mais tarde, em 1209, D. Sancho I concedeu novo foral à vila de Pinhel, conforme é relatado por Alexandre Herculano na obra “História de Portugal – Volume 2”. Seguiu-se a construção do castelo, consagrada durante o reinado de D. Dinis, em 1312, quando o rei «manda construir na parte mais elevada do recinto das muralhas um castelo com duas torres e respetiva cisterna», de acordo com o livro de Ilídio da Silva Marta.
Todos estes reconhecimentos reais foram os primeiros passos para a consolidação de Pinhel, que foi oficialmente elevada a cidade em agosto de 1770, pela mão de D. José I. A necessidade de criação de dioceses em Portugal, de forma a descentralizar a organização religiosa, esteve na origem do novo estatuto, que permitiu a Pinhel tornar-se oficialmente sede de “Bispado”. (ver texto sobre a diocese de Pinhel).
Atualmente, a data de 25 de agosto é sinónimo de feriado municipal e de atividades que têm como finalidade maior a promoção dos produtos do concelho. Um dos produtos de grande destaque é o vinho, uma das maiores bandeiras da atividade agrícola local. «Sempre o vinho esteve presente na vida agrícola de Pinhel, havendo memória escrita de que, no ano de 1873, não houve possibilidade de recolher todo o vinho da produção por não haver vasilhas que o comportassem, pelo que teve de ser vendido ao desbarato», segundo descrito em “Pinhel Falcão”. Quase um século depois, em 1974, a atual “Cidade do Vinho” subiu à tribuna da Assembleia Nacional para reclamar para si a demarcação da região vinícola de Pinhel. Na altura Álvaro de Carvalho, deputado eleito pelo distrito da Guarda, pedia o reconhecimento «de direito» a uma região que já possuía «existência de facto». O parlamentar reclamou ainda – segundo declaração citada em “Pinhel Falcão” – a definição de uma «autêntica política vitivinícola de âmbito nacional», insurgindo-se contra o «benefício de vinhos do Porto», onde alegava existirem ilegalidades e negócios obscuros. A reivindicação falhou, mas o vinho persistiu como símbolo do concelho, mantendo-se até hoje como um dos produtos-bandeira de Pinhel e da região.