A Câmara Municipal da Guarda aprovou em Outubro a “requalificação Urbana dos Arruamentos no Eixo Rodoviário da Av. Dr. Afonso Costa, Av. Alexandre Herculano, Rua Soeiro Viegas e Alameda de Stº. André”, um projecto aguardado por muitos guardenses, principalmente os que têm carro.
Olhando para o projecto sem particular atenção, o cidadão comum interpreta tal requalificação como a melhoria da pavimentação rodoviária e, porventura, o arranjo dos passeios que se encontram algo danificados. Contra isto julgo que não há ninguém, mas, e há sempre um “mas”, se prestarmos atenção, por exemplo ao caderno de encargos, deparamo-nos com um pequeno artigo onde é alocada uma verba para abate de 50 árvores e arbustos de porte arbóreo. As razões para tais abates não podem estar relacionadas com o estado fitossanitário nem com motivos de segurança, uma vez que a autarquia não estaria a pôr em perigo a sua população, esperando, desde Outubro, que começassem as obras do projecto. Resta-nos, portanto, a justificação do “é só porque sim”. “São opções”, dizem-nos, mas as pessoas já começam a estar fartas desta história.
Cortar árvores que representam um perigo para a população ou porque o seu estado de saúde represente algum perigo, é bem-vindo e necessário, agora andarem a cortar o nosso património arbóreo, quase centenário, só porque é mais fácil do que a sua gestão, não pode ser aceite de ânimo leve, ainda mais, num contexto de alterações climáticas. Alguém já viu funcionários da Câmara, ou outros, a alimentar árvores na cidade? O único tratamento que é feito consiste nas podas extremas que enfraquecem as árvores e encurtam a sua vida, dizem-nos estudos feitos por técnicos capacitados. O paradigma tem que ser mudado! Faço um apelo aos leitores para enviarem um email aos responsáveis (presidente da Câmara Municipal e seu vice-presidente) manifestando a preocupação com o futuro da cidade, a rejeição a mais abates “só porque sim” e a pedir esclarecimentos. Por exemplo, quantas e que árvores pretendem abater e o porquê de tais abates. Os abates são definitivos, há que quebrar o enguiço da apatia na intervenção cívica, os cidadãos devem ser ouvidos!
Jorge M., Guarda