Decerto que poucos sabem que se comemorou no passado dia 23 o “Dia da Floresta Autóctone”. Para a grande maioria dos portugueses, essa efeméride apenas se comemora em Março. Bem, na minha opinião, isto de datas não é o mais importante e todos os dias se deveria pensar um pouco mais na floresta que, a julgar pelas calamidades de que tem sido alvo nos últimos anos, parece esquecida. Mas, voltando ao 23 de Novembro, convém esclarecer que é o dia da floresta autóctone. E o que é isso da floresta autóctone? Não é a floresta de monoculturas de pinhos ou de eucaliptos, não é a floresta onde, ano após ano, se gastam rios de dinheiro a plantar pequenas plantas que vão arder e morrer no Verão seguinte. A floresta autóctone é aquela que herdámos da mãe Natureza, a que já existia quando, há dez mil anos, o Homem começou a transformar a paisagem e a que tenta auto-regenerar-se ao longo dos tempos, mesmo contra a adversidade humana. Mas, mais importante que tudo isto, é a única que possibilita uma comunhão dos vários seres que habitam esse lugar. Espero por isso que esse dia tenha sido, pelo menos, de reflexão sobre a floresta que foi dos nossos avós e que, em muitas situações, ainda é nossa, mas que poderá já não pertencer aos nossos filhos e netos. Para além de tudo isto, o mês de Novembro traz vantagens sobre Março. É nesta altura que começa um novo ciclo, que plantamos as sementes como as do carvalho, do pirliteiro, do zezereiro e de tantas outras árvores. E já agora uma sugestão. Porque não semear um zezereiro, já que foi este arbusto que deu o nome ao nosso rio Zêzere.
Por: Telma Madaleno