Somam-se ainda 236 camas em alojamentos local e no total Manteigas tem hoje 457 camas, que permitem receber de uma vez só mais de 600 turistas. A contribuir para estes números está o recém inaugurado Hotel da Fábrica, à entrada da vila, construído nas mesmas paredes onde antes funcionou a Ecolã. A unidade hoteleira, que também é uma espécie de museu das indústrias de lanifícios da Serra da Estrela, abriu em dezembro passado com 18 quartos.
Mais acima, a 1.2000 metros de altitude, está o primeiro hotel cinco estrelas da região, que dá vida à antiga Pousada de São Lourenço. A agora Casa de São Lourenço – Burel Panorama Hotel abriu no ano passado, tem capacidade para albergar 40 pessoas, distribuídas por 21 quartos e presta uma homenagem ao Parque Natural da Serra da Estrela, com vista panorâmica sobre o Vale Glaciar, e à relação com a lã e com o burel. Mas os números não se vão ficar por aqui e aposta no turismo no “coração” da Serra da Estrela ficará ainda mais evidente em 2020. É que para o início do próximo ano está previsto abrir em pleno Vale Glaciar o primeiro hotel de montanha do grupo Vila Galé, num investimento previsto que ronda os 6 milhões de euros e que permitirá criar 40 postos de trabalho. Com o Vila Galé Serra da Estrela vão surgir mais 81 quartos em Manteigas. Já a abertura do Hotel Santa Luzia deverá acontecer nos próximos meses. Localizado à entrada da vila, a nova unidade terá 16 quartos.
Feitas as contas, no próximo ano, às 457 camas atualmente existentes vão juntar-se mais 97, o que dá um total de 554. «Para um concelho como Manteigas é bastante significativo», destaca o presidente da Câmara. Esmeraldo Carvalhinho sublinha que esta aposta no turismo traduz-se também no aumento do número de postos de trabalho e é «uma aposta na economia local».
Câmara não esquece os túneis
Por agora não está prevista nova discussão sobre os tão badalados túneis da Serra da Estrela, mas o assunto não está esquecido para o edil de Manteigas.
Para Esmeraldo Carvalhinho, este tema «tem de ser defendido também pelas Comunidades Intermunicipais de Viseu e de Castelo Branco ao mesmo tempo». Reconhecendo que «não é fácil» envolver alguns concelhos da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), por considerarem que ficam «periféricos», o autarca sublinha que «este é um pensamento um bocado redutor e nada realista daquilo que pode acontecer em toda esta região com os túneis da Serra da Estrela». Atualmente a entrada na região entre Viseu e Castelo Branco faze-se ou pelo norte da Guarda, ou pelo sul da Covilhã, o que considera ter «prejuízos imensos para as empresas e para as pessoas».
Nos argumentos usados para defender a construção dos túneis que ligariam Covilhã-Manteigas-Seia-Gouveia, Esmeraldo Carvalhinho fala também da «preservação da Serra da Estrela», defendendo a definição dos trajetos via automóvel «até uma determinada altitude, como é óbvio, e depois preservando até à altitude máxima dos 2 mil metros».