Este é um nome no universo do jazz que é recente mas já absolutamente marcante e terá nele, com toda a certeza, um impacto duradouro.
Jacob Collier nasceu em 1994 e conseguiu alguma fama realizando vídeos das suas interpretações musicais e publicando-os online no Youtube. Eventualmente, foi “descoberto” por Quincy Jones, um importante produtor, que em 2013 se tornou seu manager. Trata-se de um músico que é livre de verdade. A sua aprendizagem de variadíssimos instrumentos aconteceu, segundo ele, de forma autodidata, e as suas criações são uma explosão de energia sonora fascinante. É, aliás, bem percetível o seu fascínio pela música, pelos sons e pelas relações ilimitadas que estes podem ter entre si. A meu ver, o seu trabalho é brilhante.
O meu interesse por ele adensou-se ultimamente porque, em equilíbrio com toda a complexidade e opulência sonora da sua música, uma das suas preocupações principais é a de explorar o conteúdo emocional dos sons que produzimos e escutamos e a comunicação que através deles temos entre nós. O mais importante para Jacob Collier parece ser a mensagem que passa para o público, apesar de ser também muito forte o seu entusiasmo com a componente teórica e concreta da música. Há conferências e conversas, disponíveis online, em que Jacob refere a sua procura incessante desse fenómeno de comunicação tão misterioso que acontece na música. Eu acredito que essa é uma das razões fundamentais pelas quais ele próprio se tornou um fenómeno musical.
Joana C. Pereira