São muitos os mundos que fazem o mundo. E entre todos esses mundos avulta o nosso pequeno mundo. A sua dimensão manifesta-se com meridiana clareza nos números da estatística oficial.
Somos progressivamente menos e mais maduramente experientes. Contamos cada vez menos, somos uma resistência desagradável a contabilizar no passivo da balança do deve e haver da sociedade atual. A responsabilidade da geração que se bate em nosso nome está em ir de encontro ao mundo não esperando que este venha ao nosso encontro. Para isso terá de destruir os muitos muros erguidos à volta das pequenas quintas municipais, onde a visão é curta, a arrogância muita e a tolerância pequena.
È necessário ver mais longe, olhar para além dos muitos interesses instalados, saber antecipar os tempos. A Feira Ibérica de Turismo, na Guarda, é um bom exemplo da janela que abrimos ao mundo explorando com sucesso a oportunidade de afirmar a Guarda nos caminhos de outros mundos.
A pequenez do nosso mercado interno, a escassa dinâmica económica, a difícil situação do nosso tecido empresarial, exigem políticas visionárias, corajosas e integradas que dinamizem o mercado interno, tragam pessoas e economia. Abrir o nosso mundo a outros mundos é condição para o nosso desenvolvimento.
Pensar a política dentro das quintas de cada um pode satisfazer os interesses instalados, mas faz definhar o nosso pequeno mundo. Falta muito mundo à visão estreita dos tratadores da quinta. É um critério de exigência ética salientar os bons exemplos e as boas políticas e um dever de cidadania denunciar a falta de rumo e a ligeireza das más práticas.
Por: Júlio Sarmento
* Ex-líder da Distrital do PSD da Guarda e antigo presidente da Câmara de Trancoso