Arquivo

Incêndios já consumiram mais de 10 mil hectares no distrito da Guarda

Com 6.048 hectares, fogo do Rochoso foi responsável por mais de metade da área ardida na região, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

Até ao final de julho arderam no distrito da Guarda 10.133 hectares de mato e floresta, de acordo com o último relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) divulgado na quinta-feira. Só o incêndio que deflagrou no Rochoso (Guarda) a 17 de julho consumiu 6.048 hectares, tendo alastrado aos concelhos vizinhos de Almeida, Pinhel e Sabugal.

Comparativamente a igual período do ano passado, quando tinha ardido apenas 296 hectares, verifica-se que as chamas devastaram este ano trinta vezes mais área na Guarda. O ICNF recorda que o aumento de ocorrências e de área ardida em julho ficaram a dever-se à existência de «condições meteorológicas adversas, favoráveis à propagação de incêndios», que levaram a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a decretar, até 31 de julho, «37 dias de alerta especial de nível amarelo ou superior do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais». Desses, 27 ocorreram durante o mês de julho, acrescenta o ICNF. Em termos gerais, desde o início do ano houve 233 ocorrências no distrito da Guarda, das quais 95 foram incêndios florestais e 138 fogachos (área ardida inferior a um hectare). Neste período, o fogo consumiu sobretudo mato (8.589 hectares), tendo ardido 1.544 hectares de povoamentos.

Apesar destes dados, a Guarda está longe dos registos de distritos como Leiria (20.348 hectares), Coimbra (18.045), Portalegre (17.437) ou Santarém (17.374). Já em Castelo Branco arderam 11.696 hectares, uma extensão sem par na última década. No total nacional este ano os incêndios devastaram 128.195 hectares, «o valor mais elevado de área ardida desde 2007», assinala o ICNF. O relatório revela também que até ao final de julho tinha havido em Portugal 60 grandes incêndios (área ardida é superior ou igual a 100 hectares), que foram responsáveis por 112.988 hectares queimados. Por cá foram incluídos nessa lista, entre outros, os fogos do Paul (Covilhã), de 14 de julho, onde arderam 310 hectares; de Murça (Vila Nova de Foz Côa), de 16 de julho, com 1.505 hectares; de Vila Cortês da Serra (Gouveia), de 18 de julho, com 1.098 hectares; e do Rochoso (Guarda), de 17 de julho, com 6.048 hectares.

A boa notícia é que, até agora, o Parque Natural da Serra da Estrela tem sido salvaguardado, tendo ardido 27 hectares desde o início do ano, revela o relatório do ICNF.

Luis Martins Este ano as chamas já queimaram trinta vezes mais área que em igual período de 2016

Sobre o autor

Leave a Reply