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Manteigas projeta Centro de Energia Viva

Projeto que aposta nas energias renováveis implica um investimento de 2,5 milhões de euros e deverá estar a funcionar no início de 2017

Está a nascer em Manteigas o “Serra da Estrela – Centro de Energia Viva de Montanha”. Trata-se de uma infraestrutura que terá como principais pilares a ciência e as atividades turísticas. O pontapé de partida foi dado pela autarquia local que assinou, na segunda-feira, um protocolo com a Universidade da Beira Interior (UBI) e a ENERAREA – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior.

O projeto deverá estar pronto para arrancar no início de 2017 e vai permitir a reutilização do edifício da antiga Fábrica do Rio, situado na zona industrial de Manteigas. Apoiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o Centro de Energia Viva de Montanha implica um investimento de 2,5 milhões de euros. «Manteigas é uma região altamente qualificada, pelas suas características naturais, para o desenvolvimento deste projeto», considera o presidente do município, que pretende agora encontrar parceiros para que este equipamento «não se torne num “elefante branco”, mas sim um motor de desenvolvimento da região». José Manuel Biscaia quer aliar a investigação ao desenvolvimento e à inovação e «mostrar ao vivo a todas as escolas» este espaço e «tornar a Serra da Estrela num ponto de atração ainda maior».

Por agora o centro é autossustentável na produção de energia, com o funcionamento de uma mini-hídrica, estando em vista uma nova hidroelétrica. De resto, projetos ambiciosos não faltam, pois a intenção é que ali se produzam energias renováveis. Como tal, o edifício está equipado com torres de demonstração de produção de energia eólica, equipamentos demonstrativos do processo de produção de energia solar e uma caldeira de aquecimento a “pellets” transparente. Estão assim dados os primeiros passos para tornar Manteigas «num concelho ecológico e autossustentável», sublinha o edil, que já anteriormente tinha assumido a intenção de fazer do “coração” da Serra da Estrela «um concelho de carbono zero». Espera-se também que este investimento tenha impacto a nível económico e que seja o ponto de partida para atrair investimento, «mais empresas para o concelho e promover o empreendedorismo», refere o José Manuel Biscaia.

O acordo celebrado na segunda-feira contempla a colaboração para fixação de empresas no território de Manteigas, a dinamização de projetos de investigação, conhecimento e empreendedorismo e de criação de um observatório suprarregional de ambiente. O Centro de Energia Viva está organizado em três níveis. Num primeiro serão apresentados aos visitantes conceitos científicos da hidrologia, biologia, história, cultura, física, entre outras áreas. O segundo nível prevê a oferta de atividades no exterior do edifício, num espaço que se destina a integrar conceitos científicos na resolução de problemas em ambiente experimental. Já no terceiro pretende-se apostar em atividades a desenvolver na Serra da Estrela. A UBI irá acompanhar as atividades ao longo de 10 anos, de acordo com o protocolo, envolvendo docentes e alunos na sua realização.

Autarquia não vai comprar edifício da empresa Da Nascente

Vão ser liquidados, em novembro, os bens imóveis da empresa “Da Nascente – Empresa de Águas de Mesa de Manteigas, S.A.”, cuja insolvência foi recentemente decretada pelo tribunal.

O processo já foi alvo de críticas por parte município de Manteigas, que considera «estar a ser mal conduzido desde início». Nesta fase só o edifício será posto à venda, que «apenas vale se tiver licença de exploração de água para engarrafar, bem como os equipamentos», considera José Manuel Biscaia, acrescentando ainda que se trata de «um erro de estratégia». A licença de engarrafamento de água está atualmente nas mãos da Glaciar e para o edil «o Estado deveria ter concedido essa autorização à Câmara Municipal». Fora de hipótese está a compra do imóvel por parte da autarquia «nestas ou em qualquer outra circunstância porque depois teríamos de alugar», afirma o presidente. No entanto, o autarca mostra-se disponível para colaborar com um eventual comprador.

Ana Eugénia Inácio Câmara assinou um protocolo com a UBI e a ENERAREA na segunda-feira para concretizar projeto

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