O Fundo Monetário Internacional (FMI), que esteve em Lisboa entre os dias 15 e 29 deste mês, reviu em baixa a estimativa do crescimento do PIB este ano, para um por cento, contra os 1,4 por cento avançados no relatório anterior. Para 2017, a projeção também cai de 1,3 por cento para 1,1 por cento, de acordo com o Expresso.
No comunicado, o FMI sublinha que o ritmo da recuperação abrandou desde meados do ano passado, com o consumo privado a crescer «de forma robusta», mas o investimento e as exportações «enfraquecidos», refletindo o aumento da incerteza e uma «quebra acentuada» de alguns mercados para os produtos portugueses, o que levou já a uma quebra do crescimento do PIB para 0,9 por cento no primeiro trimestre do ano.
Sobre o défice, a equipa técnica do FMI menciona que sem apoio de medidas adicionais, deverá aproximar-se dos 3 por cento. No entanto, dá nota positiva ao facto das autoridades terem reafirmado o seu compromisso com os objetivos definidos para este ano, atendendo ao risco de uma redução na cobrança de receitas devido ao «contexto de crescimento mais lento».
Desta forma, segundo o FMI faz sentido um ajuste primário de 0,5 por cento do PIB em 2017 e 2018, apoiado em medidas de «poupanças permanentes», com foco na «racionalização dos salários da função pública e das pensões».
Os técnicos do FMI referem que Portugal entrou no seu quarto ano de recuperação económica e goza de acesso favorável aos mercados financeiros, tendo concluído com sucesso o programa de ajustamento. No entanto, o seu diagnóstico refere que o crescimento abrandou, a acompanhar a quebra nas exportações e no investimento.
