P- O Núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã está a comemorar 90 anos, o que significa esta data?
R- Estes 90 anos são uma data muito forte, é um número redondo, que mereceu umas comemorações dignas e esperemos que venham mais 10 anos para podermos celebrar os 100 anos. Estamos muitos contentes com esta data. Ao longo destes 90 anos passou pela Liga muita gente, desde a sua fundação, que se iniciou como apoio aos combatentes da Grande Guerra e depois os combatentes do Ultramar, ainda somos muitos.
P- Qual seria a prenda ideal que a direção da Liga gostaria de receber nesta ocasião?
R- A prende ideal seria a concretização de um sonho. Nesta altura gostaríamos de ter construído um centro de dia e lar para os nossos sócios. Infelizmente falta dinheiro para que possamos avançar com esta obra, que, por enquanto, está em “standby”. A Comunidade Europeia não nos dá cobertura financeira e vamos ver se se aproveitam as linhas de crédito que existem. Temos recebido apoios locais para este projeto, mas não podemos exigir muito mais, já a nível nacional poderia haver mais disponibilidade.
P- Quais são as principais carências da associação?
R- Precisamos de uma sede maior para desenvolvermos as nossas atividades. Embora a sede não seja pequena, com as atividades que temos já precisávamos de outras instalações. Felizmente temos um bom número de sócios porque se contássemos apenas como os apoios externos nada faríamos. Temos cerca de 950 sócios, o que nos dá uma boa cotização.
P- Que serviços e atividades a associação proporciona aos associados?
R- Neste momento estamos com o Centro de Apoio Médico Social, onde temos uma psicóloga, uma assistente social, um médico e uma enfermeira. Depois ajudamos em toda a parte burocrática que os nossos associados vão precisando, alguns já na reforma e outros a caminhar para lá.
P- O país tem valorizado e apoiado condignamente os antigos combatentes?
R – Isto está muito aquém do apoio que desejávamos. Os combatentes enveredaram por uma situação de reivindicações quase monetárias, deixando para segundo plano as reivindicações principais, que, para mim, é o apoio à terceira idade, que não está consagrado e não está a ser feito por ninguém. Apenas a Liga dos Combatentes tem feito isso por iniciativa própria. Já pedimos à Segurança Social e ao Ministério da Defesa que tenham atenção a esta situação. Não é por falta de reivindicação da Liga dos Combatentes, mas a verdade é que não passamos disto e continuamos todos na mesma, mas a cada ano mais velhos.
P- Em relação à Covilhã, quais são os objetivos?
R – Estamos em negociação com a Câmara Municipal para um novo espaço. No mês de agosto iremos fazer no Tortosendo a reabilitação do monumento de homenagem aos combatentes e vamos tentar fazer alguma intervenção no monumento da Covilhã. Vamos também continuar com o nosso jornal trimestral.
Perfil:
Presidente da Liga dos Combatentes – Covilhã
Idade: 71 anos
Profissão: Bancário reformado
Currículos: Presidente da Liga dos Combatentes da Covilhã desde 1986
Naturalidade: Covilhã
Livro preferido: “A tropa vai fazer de ti um homem”, Juvenal Sacadura Amado
Hobbies: Liga dos Combatentes