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Eduardo Brito impugna ato eleitoral

Eduardo Brito anunciou na terça-feira que impugnou as eleições de sexta-feira junto do Conselho de Jurisdição Federativo, órgão presidido pelo trancosense Carlos Martins e que terá reunido ontem, já depois do fecho desta edição.

O antigo autarca de Seia esteve na corrida à presidência da Federação guardense até à véspera das eleições, tendo desistido por considerar que havia «falta de liberdade e de democracia» no processo eleitoral. Na terça-feira, Eduardo Brito reclamou «eleições livres» e fez a sua leitura dos resultados dizendo que António Saraiva ganhou com «38 por cento dos votos dos militantes, ou apenas 24 por cento se excluirmos os votos obtidos em Celorico da Beira, onde, como sabemos, tudo pode acontecer». Na sua opinião, o facto de 833 militantes não terem votado é «a manifestação de uma vontade», pelo que o seu adversário deve retirar as consequências destes resultados «altamente fragilizadores».

Eduardo Brito considera que o líder recém-eleito «sabe que o processo não foi limpo e que não é possível excluir esses militantes», constatando que António Saraiva «não tem condições políticas para exercer este mandato até ao fim», pelo que aconselha o seu adversário a «acabar com esta situação, não indo a congresso». A bronca estalou na manhã de sexta-feira, quando Eduardo Brito acusou José Albano Marques, líder cessante da Federação do PS da Guarda e apoiante de António Saraiva, de «querer ser ele a fixar as condições em que deve ser substituído». Tudo porque a Comissão Organizadora do Congresso (COC) chumbou as listas a delegados apresentadas pelo senense na Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo.

Na conferência de imprensa convocada para anunciar a sua desistência às eleições federativas, o socialista afirmou que a COC «não alegou nenhum princípio legal para não aceitar as nossas listas nesses seis concelhos, tinha que arranjar maneira de nos impedir de ir a votos. Foi impedir por impedir». Para Eduardo Brito, a comissão «não tem credibilidade, nem nunca teve». Além disso, declarou que há «alguns camaradas que estão apenas interessados em saber que lugares vão ocupar na ULS, no IEFP ou na Segurança Social». E acusou José Albano Marques de ser «o dono disto tudo», sublinhando que «o distrito não pode nivelar-se por Celorico da Beira».

Na resposta, também em conferência de imprensa, o líder federativo cessante acusou Eduardo Brito de «cobardia política» e considerou «lamentável» a sua desistência. «Teve medo de perder e, com esta posição, demonstrou que não queria cumprir regras nem regulamentos», criticou José Albano Maques, que responsabiliza o senense pela «maior divisão de que há memória no PS do distrito, a ano e meio das autárquicas». Por sua vez, António Carlos Santos, presidente da Comissão Organizadora do Congresso, sublinhou que aquele órgão limitou-se a cumprir o regulamento eleitoral. «Fizemos aquilo que nos competia», disse o dirigente, adiantando que as irregularidades detetadas nas listas de delegados ao congresso federativo recusadas (seis de Eduardo Brito e duas de António Saraiva) tiveram a ver com «a dupla inscrição» de candidatos nas duas listas e de militantes que não constavam dos cadernos eleitorais.

«Não terem votado 833 militantes é a manifestação de uma vontade», garante dirigente

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