Domingo há futebóis. Jornada da Liga portuguesa e finais de conferência da NFL. Nesse dia gostaria de ficar em casa e assistir pela televisão às vitórias do Sporting de Slimani e dos Patriots de Brady.
Domingo há eleições. Jornada da vontade popular e da afirmação democrática. Nesse dia gostaria de ficar em casa e assistir pela televisão às vitórias eleitorais de todos os candidatos.
As eleições presidenciais, como as do próximo domingo, são as que permitem aos portugueses escolher o presidente da república de dez em dez anos. Para se manter o tempo todo no cargo, o presidente só precisa de sair à rua durante uns meses a meio dessa década e recolher a aclamação popular.
Nas eleições de domingo, ao contrário da NFL, não sei por quem hei-de torcer na falta do meu candidato preferido (os Green Bay Packers). As escolhas são fracas e as opções, difíceis.
Marisa Matias, radical chique, diz ser uma por todos, uma infeliz discriminação de género, porque a presidência deveria ser por todos e por todas. Mas a linha da frente da exclusão de mulheres já está ocupada por Jorge Sequeira, orador misógino motivacional, e que diz concorrer às eleições para ser melhor do que ele próprio. Vitorino Silva, calceteiro, lamentou que a modernidade haja trazido despeito e preguiça, ao afirmar «antigamente as pessoas tinham mais respeito e levantavam-se mais cedo». Cândido Ferreira, caceteiro, lamentou que ninguém o deixe falar e saiu do estúdio onde ia falar. Edgar Silva ainda confunde o regime da Coreia do Norte com um recife de coral a norte. Paulo de Morais quer deixar de viver num país onde a corrupção está generalizada. Podia ter escolhido emigrar, preferiu a via mais difícil. Henrique Neto, qual Putin da indústria, começou a campanha de peito feito, aberto e excessivamente destapado. Maria de Belém já foi presidente do Partido Socialista e nem assim consegue ter o apoio dos militantes do partido a que presidiu. Não é bom augúrio para outra presidência. António Sampaio da Nóvoa é um radical livre de militantes e partidos desemparelhados. Sem química, o discurso de Nóvoa parece uma névoa. Marcelo Rebelo de Sousa, segundo ele próprio, não é o candidato da direita.
Desta maneira, fico à espera que Patriots ganhem o Super Bowl na segunda volta de Fevereiro.
Por: Nuno Amaral Jerónimo
