A candidatura das “Fortalezas Abaluartadas da Raia”, entre as quais está Almeida, a Património Mundial da UNESCO foi formalizada na passada segunda-feira Comissão Nacional daquele organismo em Lisboa.
O pedido de inscrição na Lista Indicativa de Portugal aconteceu após o dossier ter sido ultimado na semana passada no Centro de Estudos de Arquitetura Militar de Almeida. Na vila fortificada do distrito da Guarda, os representantes dos municípios de Marvão, Valença, Elvas e Almeida assinaram a “Declaração de Almeida”, onde é sublinhada a importância deste património e da respetiva candidatura. No documento, a que O INTERIOR teve acesso, os subscritores
declaram «a profunda convicção do alto interesse cultural que representa, para o país e para a Humanidade, o futuro reconhecimento internacional de um património ímpar no contexto da civilização europeia, abarcando exemplares únicos da arquitetura militar dos séculos XVII e XVIII, a par do valor intangível da paz e do relacionamento entre os povos».
Recordando que Elvas já é Património da Humanidade desde 2012, esta candidatura ganha «uma nova consistência, através do contributo de Marvão, Almeida e Valença, exemplares excecionais que, em conjunto, definem um sentido universal do génio humano, na sua dimensão tangível e intangível», lê-se no documento. Nesse sentido, os proponentes sublinham o objetivo de «desejar potenciar desenvolvimentos de maior alcance, não só por se tratar de uma candidatura em série, aberta a candidaturas posteriores, mas também pelo seu caráter internacional, aberta à inclusão de bens de Espanha com idêntica natureza», o que reforçará as caraterísticas de «uma cultura transfronteiriça que vem sendo praticada dos dois lados da Raia», designadamente por estes municípios
Assim, as quatro autarquias comprometem-se a prosseguir «os esforços para o sucesso da conclusão do processo de classificação pela UNESCO, como Património Mundial, da Série Internacional dos Bens das “Fortalezas Abaluartadas da Raia”». A antiga praça-forte de Almeida, localizada perto da linha de fronteira com Espanha, é considerada uma joia da arquitetura militar abaluartada da Península Ibérica. De forma hexagonal e rodeada por um fosso, a fortaleza foi construída nos séculos XVII e XVIII.
Luis Martins