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Banco de Portugal revê em baixa crescimento da economia até 2017

O Banco de Portugal (BdP) reviu em baixa as suas projeções para o crescimento da economia portuguesa este ano e nos próximos. No Boletim Económico de Dezembro, divulgado na semana passada, a instituição aponta para uma expansão do PIB de 1,6 por cento em 2015 (menos 0,1 pontos percentuais do que a anterior previsão), 1,7 por cento em 2016 e 1,8 por cento em 2017 (menos 0,2 pontos percentuais em cada ano do que nas anteriores projeções).

«As projeções para a economia portuguesa apontam para a continuação da recuperação gradual da atividade económica ao longo do período 2015-2017», destaca o BdP, apesar desta revisão em baixa. Os números agora divulgados configuram «um dinamismo da atividade próximo do projetado pelo Banco Central Europeu para a área do euro», acrescenta. Na base destas projeções está a expetativa do BdP de que as exportações «deverão apresentar um crescimento robusto ao longo do horizonte». Mesmo assim, o banco central reviu em baixa os seus números para o crescimento exportações portuguesas, apontando agora para 5,3 por cento este ano (e já não 6,1 por cento), 3,3 por cento em 2016 (em vez de 6 por cento) e 5,1 por cento em 2017 (em vez de 6,4 por cento).

Uma revisão em baixa muito motivada pela expetativa de uma menor procura externa dirigida à economia portuguesa, muito por causa da evolução das economias fora da área do euro, em particular os mercados emergentes. E que ajuda a explicar muito do corte nas projeções para a evolução do PIB. Quanto à procura interna, «deverá apresentar uma recuperação gradual, compatível com a redução do nível de alavancagem das famílias e empresas não financeiras», considera o BdP. A projeção é de um crescimento da procura interna de 2,4 por cento este ano (2,5 por cento na anterior previsão), 1,8 por cento em 2016 e 2,1 por cento em 2017 (as projeções para 2016 e 2017 mantiveram-se inalteradas).

Contudo, o BdP alerta que as projeções agora divulgadas encontram-se rodeadas de «um grau de incerteza particularmente elevado». Tudo porque à data de fecho dia dados «não se conhecia informação relativa às medidas de natureza orçamental que serão implementadas nos próximos anos». Assim, segundo as regras europeias de apenas incluir medidas já detalhadas e quantificadas, o BdP não introduziu quaisquer medidas adicionais de finanças públicas em relação aos anteriores exercícios de projeção. Esta hipótese de finanças públicas invariantes choca, contudo, com a mudança de ciclo político. Até porque o novo governo do PS já anunciou um conjunto de medidas substancialmente diferentes do anterior governo para 2016.

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