O coordenador da área da formação da CERCIG (Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda) foi detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de ter abusado sexualmente de duas jovens formandas daquela instituição, ambas com acentuado défice cognitivo. A CERCIG já anunciou que o docente foi suspenso de funções.
Sobre o professor de 47 anos, residente na Guarda, recaem indícios da autoria de, pelo menos, dois crimes de abuso sexual de pessoas incapazes de resistência. Segundo a PJ, os crimes terão ocorrido «em data não concretamente apurada, entre os anos de 2007 e 2013, no interior da própria cooperativa de ensino, onde o detido exercia funções de natureza formativa». As vítimas, ambas com 21 anos atualmente, padecem de acentuado atraso global de desenvolvimento, com notório défice cognitivo, acrescenta a Judiciária, que iniciou a investigação do caso após várias denúncias. O Departamento de Investigação Criminal na descarta a possibilidade de haver mais vítimas, «que não apresentaram queixa nem denunciaram o suspeito por medo de represálias». O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial na passada sexta-feira e constituído arguido, tendo saído em liberdade mas sujeito a termo de identidade e residência.
Confrontada com esta situação, a direção da CERCIG anunciou anteontem que o indivíduo foi suspenso de funções. «A administração deliberou suspender preventivamente o colaborador com efeitos imediatos», refere um comunicado divulgado na terça-feira, onde se lê também que, «sem prejuízo de presunção de inocência do arguido, a instituição não pode manter a seu serviço qualquer colaborador que possa estar indiciado por tais factos». A CERCIG adianta que «colaborou e continuará a colaborar com a Polícia Judiciária/Ministério Público a fim de se apurar a verdade dos factos indiciados».
Entretanto, na segunda-feira, a Judiciária deteve um homem, no concelho do Fundão, suspeito de abusar sexualmente dos dois filhos menores, com 10 e 13 anos. Fonte da PJ adiantou que o detido é o pai das crianças e que, como é divorciado, «consumava os abusos quando ficava com os filhos, no âmbito do que estava definido em termos da regulação paternal». Segundo as autoridades, os abusos terão ocorrido «reiteradamente» ao longo dos últimos meses e envolviam as duas crianças. O indivíduo, que foi operário da construção civil e está atualmente desempregado, foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo ficado sujeito a apresentações quinzenais no posto policial da sua área de residência e proibido de contactar com os filhos.
Luis Martins
