Um estudo concluiu que o preço, a qualidade e a simpatia do atendimento são os critérios mais valorizados pelos consumidores do distrito da Guarda para a realização das compras no comércio tradicional.
O estudo sobre “Hábitos de compra da população residente no distrito da Guarda”, elaborado pela Associação do Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG) com a colaboração do Instituto Politécnico local (IPG), concluiu também que na região «há claramente uma preferência» para a aquisição de artigos nas grandes superfícies comerciais. A tendência «é mais acentuada nos concelhos de Guarda, Aguiar da Beira e Pinhel, e, em sentido oposto, menos notória em concelhos como Sabugal, Seia, Trancoso, Gouveia, [Vila Nova de] Foz Côa e Manteigas», refere em comunicado a direção da ACG, presidida por Miguel Alves. Segundo a Comercial, o trabalho de auscultação dos hábitos da população foi elaborado por alunos do IPG, no primeiro semestre deste ano, com a realização de perto de 800 entrevistas presenciais nos 14 concelhos do distrito.
A frequência de compra por família de produtos, os locais de compra, os horários preferenciais e os fatores diferenciadores na hora de escolher o local de compra dos produtos, foram algumas das questões colocadas aos consumidores auscultados. A ACG indica que o estudo também revela que mais de 50 por cento dos inquiridos efetuam as suas compras ao sábado e ao domingo e que 25 por cento opta por fazê-las à hora de almoço e depois das 19 horas, ou seja, fora do horário de abertura convencional do comércio de proximidade. O inquérito revela ainda que os consumidores adquirem, com maior incidência, fora do distrito, artigos de vestuário e calçado (17,7 por cento), informática (15,7 por cento), livros e CD (15,6 por cento) e perfumes e cosmética (13,9 por cento). Outro aspeto está relacionado com a periodicidade das compras ao longo do mês, indicando o estudo que, no caso dos produtos alimentares, «65 por cento dos compradores efetua compras mais de quatro vezes por mês».
Em relação às compras pela internet, «a maioria dos consumidores do distrito da Guarda não se mostra ainda muito apologista desta forma de comércio, o que poderá encerrar aqui uma oportunidade para o comércio da região, abrindo portas a novas formas de contacto com os clientes, novas tecnologias e abordagens mais inovadoras na gestão dos seus negócios», constata a ACG.
A associação considera que os dados evidenciados no estudo sobre os hábitos de compra dos residentes na Guarda «permitem enfatizar questões de desfasamento entre a oferta e a procura do comércio do distrito para as famílias que nele habitam e que nele fazem as suas compras». Com estes resultados, a Comercial «não deixará de os interpretar, e fazer deles, em conjunto com os seus associados e com os comerciantes do distrito em geral, uma ferramenta que permita desenvolver estratégias de modernização, atração de novos clientes e diferenciação do comércio de proximidade junto dos consumidores».
Luis Martins