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Orçamento participativo no Fundão financia seis projetos

«Espetacular» é assim que o presidente da Câmara descreve adesão dos munícipes, mas confessa que é o resultado de «um modelo aberto e transparente»

A Câmara do Fundão colocou um teto de 100 mil euros à votação dos fundanenses no âmbito do Orçamento Participativo. O resultado foram seis projetos selecionados, após a votação dos munícipes nos meses de abril e maio.

O “Picadeiro Music Studio” foi o projeto mais votado com 3.648 votos e conseguiu um investimento de 42 mil euros. Trata-se de um espaço destinado a músicos, residências artísticas, formação, composição e gravação no Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha. Como o valor deste projeto não esgota o valor disponibilizado pela autarquia, o executivo decidiu assim financiar outros projetos: “Skatepark”, o segundo mais votado e vai receber 44.725 euros; “Basquetebol” (7.307 euros – 521 votos), Workshop “LATA 65” (1.200 euros – 115 votos), Portão de acesso ao Jardim de Infância da Pêro Viseu (1.850 euros – 91 votos) e Eletrificação pública (Orca) (2.100 euros – 66 votos). No total, o Orçamento Participativo recebeu mais de 12 mil votos, sendo que era possível votar numa plataforma on-line (20 por cento dos votos), ou através de sms (80 por cento dos votos).

Para o presidente da Câmara do Fundão, esta iniciativa foi um sucesso: «Faz totalmente jus ao nome, foi muito participativo. Apenas tenho uma palavra para descrever, espetacular», declarou Paulo Fernandes. A autarquia procurou promover eventos e estruturas que «enriqueçam» os munícipes, uma vez que são «projetos bastante díspares, com lógicas diferentes». Também o número de projetos candidatados, 60, foi uma surpresa para o edil fundanens, o que «prova que as pessoas querem participar no futuro da cidade, estão motivadas para isso», o que, segundo o autarca, é também o resultado de vários anos ao comando da autarquia com «um modelo aberto e transparente que se abre à sociedade e à comunidade». Após o sucesso deste primeiro Orçamento Participativo, repetir é já uma obrigação para Paulo Fernandes. «Temos obrigação de manter esta iniciativa», afirmou a O INTERIOR, garantido que «estamos abertos para receber ideias e projetos».

Os mentores dos seis projetos selecionados assinaram ontem o contrato com a Câmara e vão ter direito a um total de 99.182 euros. Para os projetos que não foram selecionados há já uma garantia, no próximo ano podem voltar a candidatar-se e, por serem consideradas pelo executivo «boas ideias», podem vir a ser integradas em orçamentos futuros. Apesar de várias autarquias do país estarem a apostar no Orçamento Participativo como forma de incentivo à participação política dos munícipes, na região contam-se pelos dedos das mãos as Câmaras que aderiram. Além do Fundão, apenas a Covilhã, a Guarda, Manteigas e Celorico da Beira desafiaram os seus residentes a participar no Orçamento Participativo para 2015.

Ana Eugénia Inácio Orçamento Participativo investe 100 mil euros em projetos votados pelos munícipes

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